Tem horas em que a gente abre o dashboard da startup e parece estar olhando o painel de um avião. Tem número pra todo lado: CAC, LTV, NPS, churn, DAU, MRR… Ufa. E aí vem a dúvida: pra onde a gente tá indo mesmo?
É aí que entra a North Star Metric — ou, em bom português, a métrica que mostra o caminho. Ela não serve pra mostrar se você tá indo rápido, mas sim se está indo na direção certa.

A ideia aqui é simples: toda empresa deveria ter um número que representa o valor que entrega para o cliente. Não é uma métrica de vaidade. Não é só sobre receita ou crescimento. É sobre impacto real. O quanto seu produto melhora a vida das pessoas — e como você consegue medir isso de forma recorrente.
Quer exemplos? O Airbnb foca em “noites reservadas”. O Spotify acompanha o “tempo de escuta por usuário”. O Facebook, por muito tempo, mirava nos “usuários ativos diários”. São todas formas de medir se o cliente voltou e usou — ou seja, se viu valor ali.
Mas encontrar sua estrela não é pegar a métrica mais bonita do PowerPoint. É um processo de investigação. Envolve ouvir usuários, observar padrões de comportamento, conversar com o time de suporte, testar hipóteses. Muitas vezes, a resposta vem de onde você menos espera.
A pergunta-chave é: o que representa sucesso para quem usa meu produto? A resposta deve ser algo que cresça junto com a satisfação do cliente — e que você consiga acompanhar com frequência. Se a métrica sobe, mas ninguém está feliz, tem algo errado.
Depois de identificar sua estrela, o próximo passo é fazer o time inteiro olhar pra ela. Não adianta ter uma North Star se só o C-Level lembra que ela existe. O ideal é que ela esteja presente nas dailies, nas retros, nas decisões de produto e até nas comemorações.
A mágica acontece quando diferentes áreas passam a colaborar com esse mesmo objetivo. Um time foca em ativação, outro em engajamento, outro em aquisição. Todos puxando a mesma corda. E cada experimento, cada entrega, cada decisão passa a ter mais propósito.
Se quiser mergulhar mais no assunto, vale buscar conteúdos do Sean Ellis (pai do growth hacking), da Reforge (plataforma top de estratégia de crescimento), ou dar uma olhada nos artigos da Amplitude, que trazem vários exemplos práticos. Tudo com aquele jeitinho nerd que a gente gosta.
Agora, um aviso importante: a North Star não é estática. Ela pode mudar. Produtos evoluem, clientes mudam, o mercado dá voltas. A sua estrela precisa acompanhar esse movimento. Revisar e ajustar faz parte do jogo.
No fim das contas, a North Star é um lembrete gentil: não adianta correr muito se você está indo pro lado errado. E num mundo com tanta distração, hype e pressão por números rápidos, ter uma bússola confiável faz toda a diferença.
Então, da próxima vez que você abrir o painel da sua startup, respira. Pergunte: “o que a gente está entregando de verdade?”. A resposta pode ser sua estrela.