Alunos do primeiro ano dos cursos de Graduação da PUC-Campinas são estimulados a desenvolver habilidades para novas possibilidades na carreira e visão de negócios
A PUC-Campinas já colhe frutos da implementação do componente curricular de Práticas Empreendedoras no primeiro ano dos cursos de Graduação da Universidade. Na última terça-feira, 17 de junho, os estudantes, já no primeiro semestre, apresentaram propostas relevantes, que evidenciam a aquisição de competências essenciais para atuar com inovação no mercado. A iniciativa foi incorporada à grade curricular para desenvolver, desde o início da Graduação, a visão empreendedora e fornecer novas possibilidades dentro da carreira pretendida.


A Profa. Dra. Regina Esteves Jordão, da Faculdade de Nutrição e uma das professoras que fizeram parte da implementação da disciplina, explica um pouco do processo. “A proposta do componente foi iniciar o desenvolvimento do processo de inovação e do empreendedorismo com os alunos, utilizando o design thinking na criação de soluções baseadas nos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável). Os ODS foram definidos de acordo com as possibilidades de aplicação para a sociedade como atividade da curricularização da extensão. Foram sugeridos desafios, com perguntas norteadoras dentro de cada tema, e os grupos foram definidos com base em um sorteio, de maneira a unir estudantes de cursos distintos, proporcionando uma experiência ainda mais rica”, afirmou.
Jornada completa
“Foi uma ideia refletida com muitos agentes da sociedade civil, professores e alunos, que entendem a importância de se gerar oportunidades com o empreendedorismo. É uma ideia transversal, inovadora, que também atua de forma a misturar esses estudantes para que eles conheçam não só a Universidade, mas para que percebam o potencial de trabalhar em conjunto e aprendam como é enriquecedor desenvolver competências junto com outras formações. Além disso, eles têm a oportunidade de ter contato com o programa Mescla desde o começo da jornada”, afirmou a Pró-Reitora de Graduação, Profa. Dra. Cyntia Belgini Andretta, que abordou também os temas tratados. “É importante trabalhar projetos alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, porque isso também faz com que a nossa formação contribua para uma sociedade mais justa e fraterna”, completou a Pró-Reitora.
Todo o processo de design thinking teve o apoio do Mescla por meio de mentorias. Os estudantes aprenderam sobre temas como: definição de público-alvo, persona e produção do modelo de negócios. Por meio de desafios individuais e em grupo, os alunos desenvolveram em sala de aula habilidades essenciais para a identificação de oportunidades, criação de soluções inovadoras e aprimoramento de suas competências empreendedoras. No final do processo, cada grupo de estudantes apresentou um pitch de três minutos para ser avaliado.
“De início, as ideias compartilhadas foram sendo lapidadas e chegou-se em soluções incríveis que a gente está vendo hoje nas apresentações. E é muito importante ver o desenvolvimento dos estudantes durante o processo em relação à inovação, criatividade e pró-atividade”, explicou a professora Regina Esteves Jordão, que recorda que, semanalmente, as equipes apresentavam suas entregas, descobriam novas habilidades e desenvolviam novas competências.
Durante a apresentação, os estudantes tiveram uma experiência prática de apresentar e defender uma ideia inovadora diante de uma banca. Para a diretora da Faculdade de Análise de Sistemas, Profa. Me. Sílvia Cristina de Matos Soares, que fez parte da banca avaliadora, trata-se de uma iniciativa de extrema importância no cenário atual. “Essa é uma ideia fantástica, porque o objetivo é realmente envolver os alunos desde o início de seus cursos. Esse aluno vai passar por um processo de amadurecimento, mas ele já começa a entender um pouquinho sobre o que é o empreendedorismo, como trabalhar com a inovação e como desenvolver a criatividade, que são assuntos que nós desejamos muito na atualidade”, comenta a docente.
Para o Prof. Dr. Tomas Sniker, que também participou da banca, a proposta traz muito valor para formação do estudante. “O ganho para eles é bastante grande, porque eles acabam entrando em contato com métodos de identificação de problemas e de geração de inovação. É um primeiro contato com inovação e também com empreendedorismo. Mas o estudante que é sensibilizado nesse primeiro momento terá condições de gerar inovações mais robustas ao longo da graduação”, explica o professor.
O processo também mostra que é uma oportunidade de unir a formação acadêmica com o incentivo ao desenvolvimento de uma mentalidade empreendedora, como reforça a Profa. Me. Laís Almeida, da Faculdade de Engenharia Ambiental. “É uma oportunidade incrível poder, no primeiro semestre, ter essa visão de como a Universidade pode auxiliar no empreendedorismo. Queremos mostrar que a Universidade é um lugar aberto, que eles não precisam escolher entre empreender e estudar, que as duas coisas caminham juntas. E aqui nós oferecemos todas as ferramentas para isso”, afirma.

Portas abertas para um novo mundo
Toda essa proposta agradou os estudantes, que já vislumbram, no primeiro ano, novos caminhos a seguir dentro da sua área de atuação, como explica Vinícius Rosário, aluno do 1º ano de Ciências Biológicas. “Sou muito grato por participar desse processo. É uma oportunidade que abriu um leque de muitas outras possibilidades. Me ajudou no desenvolvimento para falar melhor em público e me deu ideias de novas áreas da biologia que eu posso atuar. Consigo pensar em possibilidades aliando a parte de empreendedorismo com o conhecimento específico do meu curso”.
“É uma área que eu não tinha conhecimento e foi uma experiência enriquecedora. Aprendi sobre liderança e sobre como encontrar soluções para problemas existentes. Vai ser muito útil para a minha profissão”, pontuou Rafaela Ferro, do 1º ano de Nutrição.
“Eu sempre quis ter esse contato com o empreendedorismo, porém só aqui na PUC-Campinas que eu pude ter esse contato e aprender mais sobre isso”, completou Rafael Malagueta, aluno do 1º ano de Engenharia da Computação.
Equipe premiada no Motiv.se
Além das atividades realizadas na disciplina, os resultados também se estenderam para fora da sala de aula. Cerca de 15 estudantes tiveram projetos selecionados para participar da 12ª edição do Motiv.se, porta de entrada de projetos de inovação e modelo de negócios do Mescla. Entre os destaques, o projeto Cultivaê, desenvolvido por estudantes da disciplina, conquistou o 3º lugar no programa Motiv.se e foi premiado com R$ 3 mil. A equipe, orientada pela Profa. Regina Jordão, é formada por Gabriella de Andrade Conchal, Júlia Vitória, Maria Cecília e Gabrielle Messias Bueno de Paula. O grupo seguirá agora para a fase de maturação no programa CRIA I, também promovido pelo Mescla.