Nosso professor e pesquisador do Departamento de Humanidades, Luis Andrade, assume a vice-presidência da APL com a visão de contribuir para transformar a instituição em uma entidade inclusiva, em sintonia com as mudanças sociais e acadêmicas do Peru.
A Academia Peruana de Línguas (APL) iniciou uma nova etapa ao nomear o Dr. Luis Andrade como seu
vice-presidente. Com uma carreira que abrange linguística e literatura, este distinto acadêmico, professor sênior da Pontifícia Universidade Católica do Peru (PUCP), se junta ao conselho de diretores ao lado do Dr. Eduardo Hopkins, presidente, e do Dr. Oswaldo Holguín, secretário, marcando um marco na representação e contribuição da comunidade da PUCP na renovação da APL.
Sua nomeação faz parte de uma busca por modernidade e abertura, na qual a instituição planeja não apenas registrar o espanhol peruano em todas as suas variantes, mas também promover o debate acadêmico e a educação cívica em torno do idioma.
Desde que ingressou na empresa, Luis Andrade deixou claro seu compromisso com a transformação do APL e a importância de aproximá-lo de uma sociedade plural e dinâmica. Em suas próprias palavras: “Espero contribuir para que a Academia seja percebida como uma instituição mais democrática, mais aberta, mais moderna, mais atenta às mudanças e menos vinculada à discriminação e às avaliações negativas dos usos linguísticos.” Ele diz isso com a convicção de um acadêmico que olha para o passado com respeito, ao mesmo tempo em que projeta uma visão renovada e desafiadora para o futuro da língua e da cultura no Peru.
Luis Andrade: carreira acadêmica a serviço da linguagem
Desde seu início na PUCP, o Dr. Luis Andrade trilhou uma trajetória acadêmica marcada pela paixão e pelo rigor intelectual. Ingressou na Universidade motivado pela literatura, mas logo encontrou na linguística um campo fascinante e revelador, impulsionado pelos ensinamentos de figuras como Rocío Caravedo e Rodolfo Cerrón-Palomino, também membros titulares da APL. “A linguística era muito interessante e então, aos poucos, decidi seguir essa carreira”, lembra ela, destacando a influência decisiva daqueles primeiros anos de formação. Nesse processo, a experiência na PUCP não só lhe permitiu cultivar o amor pelas letras, mas também descobrir uma vocação que o levou a explorar os meandros da linguagem a partir de uma perspectiva crítica e analítica.
Aprofundando sua especialização, Andrade direcionou parte de sua carreira para a linguística andina, explorando temas tão diversos quanto toponímia e histórias de sonhos. Sua abordagem se caracteriza pela interdisciplinaridade, pois integra conhecimentos de história, arqueologia e geografia para reconstruir a memória de territórios e culturas ancestrais. “Temos a sorte de que esta região tenha preservado muitos dos nomes de lugares antigos e isso nos permite mapear as línguas ao longo do tempo”, afirma com convicção, mostrando como cada nome geográfico se torna um testemunho vivo da herança cultural andina. Esta pesquisa, que combina rigor metodológico com sensibilidade às manifestações culturais, posicionou Andrade como referência no estudo do espanhol e suas variações no Peru.
O desafio da Academia Peruana de Línguas
Em sua nova função como vice-presidente da APL, Luis Andrade assume o desafio de consolidar três eixos fundamentais para a instituição: o registro fiel do espanhol peruano, a promoção do debate acadêmico e a formação permanente de professores e alunos. Sob essa visão, a APL se estabelece como uma organização que busca refletir a diversidade linguística do país sem preconceitos, reconhecendo a riqueza de influências e variantes que compõem a fala peruana. “Queremos fazer um registro fiel de como o espanhol é usado no Peru, sem nenhuma discriminação”, enfatiza o médico, reafirmando seu compromisso com uma abordagem inclusiva que valoriza tanto os peruanismos quanto a influência das línguas indígenas.
Além disso, Andrade está otimista quanto ao futuro da instituição, destacando o papel do
APL Bulletin, que se consolidou como uma publicação de alto impacto ao ser indexado na Scopus no quartil 1 (Q1). Nesse contexto, a modernização da APL envolve não apenas a preservação da tradição, mas também a adaptação aos novos tempos, incorporando tecnologias e ampliando sua abrangência internacional. “Uma instituição que atue no Peru já é suficiente. Temos desafios de crescimento para manter esse patamar e continuar contribuindo com o debate acadêmico. “Queremos uma Academia Peruana de Línguas mais aberta e moderna”, diz ele, enfatizando a necessidade de a APL se tornar uma referência de vitalidade e excelência acadêmica na região.
Humanidades com uma visão abrangente e voltada para o futuro
Olhando para o futuro, o Dr. Luis Andrade continua a promover projetos de pesquisa que constroem pontes entre a linguística e a literatura. Seu interesse em integrar esses dois mundos se reflete em seu estudo atual da obra de José María Arguedas, explorando assim as múltiplas dimensões do autor. “Sinto cada vez mais a necessidade de fazer um olhar abrangente sobre Arguedas, tanto como narrador e poeta, quanto como pensador linguístico”, confessa, enfatizando o valor de abordar a produção cultural a partir de uma perspectiva holística que enriqueça a interpretação do legado literário peruano.
Por outro lado, Andrade se comprometeu a transmitir sua paixão e comprometimento às novas gerações de estudantes e acadêmicos. Sua mensagem é clara e urgente em tempos de incerteza: defender o direito de pensar, criar e exercer a crítica como ferramentas essenciais para a construção de uma sociedade plural e democrática. “O mais importante é defender o nosso direito de pensar, criar e agir com base nos nossos pensamentos”, afirma, convidando os jovens a não perderem de vista a diversidade de opções oferecidas pelas ciências humanas e sociais. Em um contexto marcado por desafios políticos e culturais, seu chamado é um convite a manter viva a chama da criatividade e da reflexão crítica, elementos indispensáveis para a renovação da identidade e da cultura peruana.
A extensa carreira do professor Andrade, aliada a uma abordagem que integra tradição e inovação, reforça a ideia de que a colaboração entre instituições e disciplinas é fundamental para o desenvolvimento do conhecimento.
Sua nomeação como vice-presidente da APL abre novas possibilidades de treinamento e debate sobre espanhol no Peru, destacando o papel vital desempenhado pelas humanidades na construção de uma sociedade mais justa e plural.
Fonte: .edu