Empreender sem planejamento é o maior risco para novos negócios

Especialista ressalta que planejamento estratégico e análise de mercado são essenciais para evitar falhas no início do negócio

O planejamento inadequado é a principal causa do insucesso de negócios nos primeiros dois a três anos de atividade. Essa é a análise de Thales Medeiros, gerente da agência Sebrae Grande Natal, que destacou, em entrevista, a importância de traçar estratégias antes de iniciar um empreendimento. Segundo ele, o empreendedorismo é um campo desafiador, onde o risco é inerente, mas pode ser mitigado com preparo e informação.

“Os primeiros dois anos e meio de uma empresa são os mais desafiantes, especialmente para quem está começando e precisa consolidar sua experiência como gestor. Falta de planejamento, desorganização financeira e desconhecimento de mercado são erros comuns que comprometem a sobrevivência do negócio nesse período”, explicou Medeiros, em entrevista a uma emissora de rádio da capital.

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Ele ressaltou que muitos empreendedores iniciam suas atividades por necessidade ou motivados por impulsos, como a compra de máquinas ou equipamentos sem analisar a viabilidade econômica ou a demanda no mercado local.

“A pessoa vê uma oportunidade, como uma máquina de corte de chinelos, e investe sem considerar se há fornecedores, mercado ou clientes interessados. Isso pode ser fatal para o negócio”, alertou.
Medeiros apontou que setores como comércio de roupas e acessórios, serviços de beleza (manicure, cabeleireiro e barbearias) e alimentação são os mais procurados por quem inicia um empreendimento como Microempreendedor Individual (MEI). No entanto, ele frisou que, mesmo nesses setores, a falta de planejamento é prejudicial.

“Muitas vezes, a pessoa entra num mercado saturado ou precifica seus produtos de forma inadequada, sem considerar custos operacionais e impostos. Isso compromete a saúde financeira do negócio.”

Para quem está começando, o especialista recomenda um passo básico: conversar com potenciais clientes e observar o mercado local. “Entenda o que as pessoas precisam e quais lacunas existem no mercado. Isso ajuda a identificar oportunidades reais, ao invés de apostar em suposições”, disse.

Sebrae é um dos principais aliados para empreendedores que desejam evitar falhas. Segundo Thales Medeiros, a instituição oferece orientação gratuita e recursos para ajudar desde a fase de ideação até a gestão de negócios em funcionamento. “Temos oficinas, materiais online e consultorias que ensinam a calcular custos, planejar investimentos e avaliar riscos. Além disso, programas como o Empretec, da ONU, focam no comportamento empreendedor, essencial para lidar com os desafios do dia a dia”, explicou.

Medeiros também destacou o papel da tecnologia na gestão de negócios. Ele mencionou que ferramentas como inteligência artificial e plataformas digitais podem auxiliar em tarefas como elaboração de campanhas de marketing e análises de mercado. Contudo, alertou que é fundamental ter uma visão crítica ao usar essas ferramentas para evitar enviesamentos.

Segundo o Sebrae, a expectativa média de vida de um MEI é de 3,5 a 4 anos, devido à sua volatilidade. Já as microempresas, que faturam entre R$ 81 mil e R$ 360 mil por ano, têm uma expectativa de 8,8 anos, enquanto empresas de pequeno porte, que podem faturar até R$ 4,8 milhões anuais, chegam a 10 a 12 anos de funcionamento. Medeiros ressaltou que o encerramento de um MEI nem sempre é um indicador de fracasso. “Muitas vezes, o empreendedor cresce e migra para um modelo de microempresa, o que é um sinal positivo de evolução.”

Para evitar os erros mais comuns, Thales Medeiros recomenda que os futuros empreendedores iniciem com um planejamento detalhado, identificando custos fixos e variáveis, público-alvo e fornecedores. “Empreender é um risco, mas esse risco pode ser reduzido quando você se prepara e estuda o mercado. A formalização, por meio do MEI, é um primeiro passo para quem deseja começar de forma regular e com suporte para crescer.”

Fonte: https://agorarn.com.br/ultimas/empreender-sem-planejamento-risco/

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