Iniciativa une a sociedade civil e o poder público em prol da preservação do patrimônio cultural
A Pontifícia Universidade Católica de Campinas foi palco, nesta última segunda-feira (17), do III Encontro da Rede de Acervos e Instituições de Memória de Campinas, iniciativa que une sociedade civil e poder público em prol da preservação do patrimônio cultural. O evento, realizado no Mescla, consolidou a Rede como um espaço fundamental para a salvaguarda e comunicação de acervos culturais de Campinas e região.
O encontro contou com a presença do Vice-reitor da PUC-Campinas, Prof. Dr. Pe. José Benedito de Almeida David; Profa. Dra. Camila Brasil Gonçalves Campos; do museólogo responsável e coordenador do Museu Universitário da PUC-Campinas Rodrigo Luiz dos Santos; da Secretária de Cultura e Turismo da Prefeitura de Campinas, Alexandra Caprioli, além de representantes de diversas instituições entre universidades, museus, prefeituras, espaços artísticos, históricos e culturais e empresas.
Realizado no Mescla, o III Encontro da Rede de Acervos e Instituições de Memória de Campinas, iniciativa que une sociedade civil e poder público em prol da preservação do patrimônio cultural, consolidou a Rede como um espaço fundamental para a salvaguarda e comunicação de acervos culturais de Campinas e região.
Rodrigo Luiz dos Santos, museólogo responsável e coordenador do Museu Universitário da PUC-Campinas, explicou que a Rede de Acervos e Instituições de Memória de Campinas surgiu no ano passado, por meio de um movimento da própria sociedade civil reunindo profissionais atuantes em museus, institucionalizados ou não, coleções particulares e arquivos, na missão de salvaguarda da memória da cidade de Campinas ou assuntos correlatos. “Para nós, do Museu Universitário da PUC-Campinas, sediar esse terceiro encontro, em nossa casa é uma grande alegria. Primeiro porque o Museu completa 40 anos esse ano e, em segundo que, entendendo a trajetória de vários movimentos no que tange patrimônio, história, memória e museologia em Campinas, a PUC-Campinas sempre esteve presente, atuando em conjunto para o fortalecimento de parcerias, trabalhos colaborativos e formativos”.
Os profissionais se reuniram para compartilhar experiências, discutir práticas de gestão e fomentar a colaboração. O objetivo central foi aprimorar a gestão dos acervos, facilitando o acesso à informação e ao conhecimento preservado pelas diversas instituições participantes. Para a Secretária de Cultura e Turismo de Campinas, Alexandra Caprioli, a formação da Rede fortalece o processo museológico. “Todos os museus, sejam privados ou públicos e mesmo os universitários, têm uma dificuldade histórica de se manter e muitas vezes as dores são iguais. E com essa troca que está sendo sistematizada há um fortalecimento dos elos. Quem já encontrou um caminho, ajuda os demais a crescerem. Como Rede, a gente sempre tem condição de um passo à frente. E a adesão de todos os museus é que faz a força, traz relevância”, disse.



Adriana Barão, da Coordenadoria de Extensão Cultural da Secretaria de Cultura, ressaltou a importância da consistência do evento. “Há décadas a Secretaria de Cultura tem feito movimentos para promover uma sinergia de museus e redes de acervos e sempre foi algo que iniciou com momentos de estagnação e pausa. E agora, desde 2024, a gente começou a realizar encontros trimestrais que têm fortalecido todas as instituições. Não só as municipais, mas agregando instituições de pesquisa, Universidades como a PUC-Campinas e a Unicamp, além de instituições particulares. E essa sinergia de todos pensando juntos em uma rede de acervos, de ações, de salvaguarda, é fundamental não só para o fortalecimento dessas instituições, mas para maior interlocução e difusão com o público. Estamos muito felizes de participar e da PUC-Campinas acolher esse novo encontro. Um sucesso, um progresso na Rede”.
Durante as discussões, ressaltou-se o potencial da Rede para impulsionar a pesquisa, a educação e a divulgação do patrimônio cultural de Campinas e região. Após o debate inicial, a oficina Processos Curatoriais: Acervos em Movimento foi realizada e ainda houve uma visitação à exposição Cartas para Sangradouro, localizado no prédio da Reitoria.
Para João Paulo Berto, arquivista do Centro de Memória da Unicamp, “A proposta da Rede é criar mecanismos de fortalecimento das instituições que preservam acervos relacionados à cidade de Campinas. Percebemos que são muitas, mas que, sozinhas, muitas vezes carecem de questões desde a qualificação de seus quadros de funcionários, até estruturas e metodologias que outras instituições podem permitir, na troca, o fortalecimento de cada uma. A Rede vem dentro dessa iniciativa pioneira no município e do que esperamos não apenas como troca de experiências, mas na carga de formação que ela pode possibilitar”.
Também participaram do evento (da esquerda para a direita), a coordenadora de Extensão Cultural da Secretaria de Cultura de Campinas, Adriana Barão; a gestora do Instituto Maurício Nogueira Lima, Stela Politano; e o arquivista do Centro de Memória da Unicamp, João Paulo Berto.
Stela Politano, gestora do Instituto Maurício Nogueira Lima, acervo pessoal de artista de Campinas, comentou sobre a união que é parte inerente do projeto. “Ter a união de acervos de instituições de memória, de Campinas e região, juntos, em um trabalho de cooperação e sinergia para desenvolver ações em conjunto e ter um espaço orgânico de trabalho, é essencial para que todos tenham conhecimento uns dos outros, mas também enquanto potência de memória, de acervo, de instituição, de patrimônio que temos na região. É extremamente importante que a gente realize esses encontros e se solidifique enquanto Instituição”.
O encontro foi considerado um passo significativo para garantir que a história e a memória local sejam preservadas e valorizadas, tornando-as acessíveis às futuras gerações. A Rede de Acervos e Instituições de Memória de Campinas reafirmou seu compromisso com o desenvolvimento de projetos conjuntos, a capacitação de profissionais e a construção de políticas públicas eficazes para a área, consolidando-se como um fórum essencial para a preservação do patrimônio cultural da região, e tendo na PUC-Campinas um importante ponto de apoio e articulação.
Fonte: PUC-CAMPINAS