Primeira edição do evento consagrou “E o Botequim?”, da banda Batuca na Bituca, como Música do Festival
O 1º Festival POA Autoral transformou o Teatro da PUCRS em palco para celebrar a música autoral da cidade. Realizado no último domingo, 18 de maio, o evento reuniu artistas, agentes culturais e o público em uma tarde de shows e conversas sobre os caminhos da música autoral feita em Porto Alegre. Seis apresentações autorais e cinco bate-papos sobre os bastidores da cena musical compuseram a programação, que encerrou com a apuração da votação da Música do Festival. E o Botequim? da banda Batuca na Bituca foi a música mais votada.
“A vida de um artista independente não é fácil, mas nesses encontros a nossa arte se fortalece”, disse Lucas Almeida, integrante da banda, ao receber o troféu do festival. Mais do que uma premiação, o Festival POA Autoral se afirmou como um espaço de conexão, troca de experiências e fortalecimento das redes culturais da cidade.
Sobre o evento
Criado pela PUCRS Cultura, com financiamento da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, produção da OCorre Lab e apoio da União Brasileira de Compositores, o festival foi pensado para promover, incentivar e dar visibilidade à produção musical autoral da capital. Cada artista ou grupo selecionado teve 25 minutos para apresentar seu trabalho ao vivo, incluindo a música inscrita na competição.
Shows
A tarde começou com a apresentação da violinista, cancionista e etnomusicóloga Clarissa Ferreira, que levou ao palco o repertório de seu premiado álbum LaVaca, com influências latino-americanas e temas ligados ao pampa. Na banda de Clarissa estavam Lucas Ramos (percussão), Tamiris Duarte (contrabaixo e voz) e Ana Matielo (violão e voz). Na votação da Música do Festival, Clarissa concorreu com a música Pampa.


Na sequência, o bandolinista Elias Barboza, acompanhado do Kiai Grupo, apresentou o projeto Quarta Dimensão, que une o choro e o jazz. Kiai Grupo é formado por Lucas Fê (bateria), Marcelo Vaz (teclado) e Dionísio Souza (baixo elétrico). Sua música concorrente foi Abrindo os Caminhos.


O cantor, compositor e poeta Pedro Cassel apresentou ao público um repertório que conecta música e literatura, em composições como Bumerangues, faixa inédita que disputou a votação popular, ficando em segundo lugar. Também apresentou canções do seu primeiro álbum Abrir e do seu segundo álbum Boca Braba. Além Pedro, (voz e violão), participaram da formação do show Felipe Schutz (baixo acústico) e João Bauken (bateria e programação).
Representando a zona sul de Porto Alegre, o trio Síganus, formado por, Deds (Felipe de Freitas), DaNova MC (Djimitri Rodrigues) e DJ Ericão (Ericsson Oliveira), apresentou músicas do álbum Drill Popular Brasileiro, com destaque para a música concorrente no Festival Bom dia Brasil. O grupo trouxe ao palco diversas participações especiais de, como Cristal, Pâmela Amaro, Jay Gueto, Yago Zandrio e Marcelo Saizo, mostrando a potência da coletividade.
A noite seguiu com o show da banda Batuca na Bituca, que misturou rock com ritmos brasileiros e animou o público com a canção vencedora, E o Botequim? A banda tem um álbum homônimo lançado e conta com os integrantes Julia Tavares (voz principal, pandeiro, meia lua), Lucas Nunes (voz, guitarra e violão), Lucas Almeida (voz e guitarra), Régis Moewius (poejo, voz, baixo e violão) e Gustavo Lima (voz e bateria).
Encerrando as apresentações, Léo Monassa apresentou sua soul music brasileira, com groove e identidade. Ele disputou com o seu single Fio de Crochê e tocou diversas canções do seu álbum de 2019, Léo Monassa. Na banda, além de Léo Monassa (voz e violão), estão Gian Becker (sopros e piano), Lukão Porto (bateria), Fabiano Sabino (contrabaixo) e Marcelo Enrich (percussão).
Bate-papos
Nos intervalos dos shows que aconteciam no palco do Teatro da PUCRS, o Saguão do Teatro da PUCRS foi ocupado por quem pensa, vive e movimenta a cultura local. A programação de bate-papos da 1ª edição do Festival POA Autoral trouxe conversas potentes com artistas, produtores, jornalistas e agentes culturais que estão à frente de iniciativas importantes da cena em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul.
Os temas abordados foram o impacto dos eventos de rua na construção das cenas culturais de Porto Alegre – com Bruna Anele (Honk POA), Ávine (Ballroom RS) e GB (Arruaça) –, as mulheres na técnica de som, luz e palco na cena – com Carol Zimmer (Iluminadora) e Dy Ferranddis (Técnica de Som) –, os novos festivais do RS – com Bruno Melo (Chisme Festival), Silvia Abreu (Circuito Afro Indígena) e Sandra Narcizo (Festival Cabobu) –, os centros culturais independentes – com Tamiris Duarte (Pedra Redonda) e Diego Groisman (Casa Baka) – e o papel do jornalismo no fortalecimento da cena cultural – com Brenda Vidal (Jornalista), Marta Schmitt (FM Cultura) e Anna Ortega (Nonada Jornalismo).
A dinâmica do Festival permitiu que o público, ao sair das apresentações musicais que aconteciam no palco do Teatro, pudesse ouvir e participar das conversas enquanto o palco era preparado para a apresentação do próximo artista. A comunicadora, artista e produtora Bruna Paulin foi a mestra de cerimônias do Festival, encarregada de conduzir o público nessa jornada pelo fazer musical da cidade.