Por: Ana Shirley França
Existem razões que se podem apontar para investir em inovações pelas organizações como o estímulo à criatividade e ao desenvolvimento das empresas e pessoas; trazer respostas às mudanças sociais e do mercado de trabalho; propiciar melhores respostas em termos de competitividade e realizar a melhoria das ofertas das empresas, em função de serviços e novos produtos.
A criatividade traz autonomia às pessoas, bem como às empresas que acreditam e a desenvolvem. Ela desperta a curiosidade e propõe desafios que são estimulados, por meio de suas ações. Por isso, desafiar pessoas a transformar práticas e aplicações em novas ações, é algo que fomenta a criatividade e a inovação, além de construir de forma sólida e compreensível a relação teoria e prática, a proposição e a aplicação, os valores proclamados e os valores reais.
Trazer respostas às mudanças sociais e do mercado de trabalho é uma das razões, para que se invista em inovações nas empresas. No momento social brasileiro e no mundo, as mudanças estão presentes no cotidiano da sociedade, e acompanhar e trazer soluções a essas transformações são fundamentais. É preciso maior dinamicidade na análise das transformações de produção e serviços, e na criação de novas metodologias e estratégias em todas as áreas da gestão e no acompanhamento constante das competências profissionais necessárias ao mundo do trabalho.
Certamente, com as ações tomadas no caminho do inovar, a competitividade no mercado em todos os níveis se acirra, principalmente, entre aqueles que disputam mercados com participação internacional e de grandes redes. Os clientes se interessarão mais por produtos e serviços que tragam diferenciais competitivos, baseados em inovações, principalmente, se possuírem apego às responsabilidades socioambientais. Com tudo isso, é evidente que as inovações trarão melhorias às organizações, de forma ativa, personalizada e flexível, trazendo ao contexto de gestão mais qualidade em todos os níveis.
Então, deve-se ressaltar que as tecnologias estão a colaborar com o processo de inovação e serão elas, em suas evoluções constantes, que garantirão as possibilidades de se desenvolver e buscar as desejadas novidades, para melhor qualificar as formas de gestão e seus resultados no trabalho.
Investir em quê? Os tipos de inovação
As inovações possuem papel fundamental atualmente e no futuro das organizações. As mudanças que ocorrem velozmente no mundo, transmitem seus ecos na forma de gestão e de relacionamentos nas empresas. Inovar é o único caminho para a competitividade ou garantir a sobrevivência de muitos negócios e serviços.
É importante ressaltar que a inovação não é sinônimo de tecnologia, pois se estaria reduzindo o papel do homem à ação das máquinas. Contudo, caminham juntas, e muitas inovações ocorrem em decorrência do avanço tecnológico. Com isso, são vários tipos de inovação que podem ser utilizados em processos, produtos e serviços e em ações nas organizações, mas existem quatro mais comuns e que se pode considerar como as mais usuais, para quem atua no contexto empresarial.
Uma inovação muito usada é a incremental, é por meio dela que se fazem modificações e atualizações em processos, produtos e serviços. Muitas vezes, por força das leis e mudanças de diretrizes, a empresa se obriga a mudar ações, para se adequar às novas recomendações vigentes. São inovações comuns que acontecem, em virtude de situações conjunturais, normalmente, necessárias por regulação.
O segundo tipo é a inovação de processos, aquele em que a inovação é o processo de transformar ideias em resultados. Essa forma de inovar pressupõe ação por projetos que partem de ideias inovadoras, mas precisam se transformar em ação, para que se alcance os resultados pretendidos. Não se trata aqui inventar algo novo, mas sim aprimorar algo que já existe ou criar algo, com o objetivo de solucionar problemas ou simplificar a vida das pessoas no trabalho ou de um processo de gestão. Como prática, pode-se citar o pagamento de uma compra com o dedo, com palma da mão ou com os olhos. O objetivo é trazer maior simplificação no ato da comprar, onde se substitui senhas pela identificação de parte do corpo do pagante.
Outro tipo de inovação é a de produto, em que se propõe algo novo e se lança no mercado como uma nova solução para questões reais. A oferta de algo novo no mercado que não propõe uma ruptura a um produto que já existe, mas sim um produto novo que antes não existia e foi criado, inventado por uma empresa. Um bom exemplo são os drones, como produto de tecnologia para observação e segurança, e foi criado para esse fim.
Por último, a inovação disruptiva que consiste no processo de uma tecnologia, produto ou serviço ser substituído por uma solução inovadora, que exige mudança de comportamento e de cultura. De todas as inovações, é mais abrupta e exige substituição urgente, tornando o produto ou serviço obsoleto. Um bom exemplo foi a substituição das máquinas de escrever pelos computadores, os quadros negros de giz, por quadros brancos com canetas ou quadros inteligentes. A Inteligência Artificial e os robôs são inovações disruptivas que exigem e irão exigir, cada vez mais, mudanças culturais e de comportamento, para que as pessoas e empresas possam conviver com essas inovações tecnológicas.

Torna-se importante pontuar que as inovações evoluem e podem se tornar disruptivas, principalmente, nas organizações. Por meio da construção de estratégias disruptivas há o desenvolvimento de um produto ou serviço que estabelece um novo mercado e desestabiliza os concorrentes que antes o dominavam. Um exemplo muito ilustrativo é a vigilância de empresas realizada por drones. É uma tecnologia nova, que nunca foi usada para esse fim e traz economia, praticidade, com resultados mais exatos e melhor controle das áreas externas e, certamente, desestabiliza empresas de segurança, baseadas na mão de obra humana.
Assim, investir em inovação é fundamental às organizações em qualquer área, para que se possam desenvolver e alcançar melhores resultados. Foi o tempo em que se pensava nas inovações como algo supérfluo ou gastos desnecessários. Atualmente e no futuro, é preciso investir em inovações, para que as empresas possam estar aptas a competir em mercados, cada vez mais complexos, em redes e internacionalizados e, até mesmo, sobreviver às mudanças.
*Conselheira Titular do CRA-RJ. Coordenadora da Comissão Especial do Trabalho e Empregabilidade do CRA-RJ. Coordenadora do Curso de Administração Unyleya. Avaliadora MEC/INEP. Autora. Empreteca. Proprietária da Brechopin-Reuso.