Isolados no combate: a fragmentação de esforços compromete a eficácia das ações

"Paradoxalmente, enquanto a crise climática se intensifica, as soluções encontram barreiras dos setores, públicos e privados."

“Paradoxalmente, enquanto a crise climática se intensifica, as soluções encontram barreiras dos setores, públicos e privados.”

O recorde de altas temperaturas em 2024 no Brasil destacou a urgência de ações para mitigar as mudanças climáticas. Nesse contexto, o descarte inadequado do óleo de cozinha, mesmo com a existência de leis e políticas ambientais, permanece um desafio. A dificuldade de fiscalizar o descarte doméstico desse resíduo, aliado à falta de coordenação entre os setores público, privado e terceiro setor, impede avanços significativos na busca por soluções sustentáveis. A coleta e o tratamento adequados do óleo são cruciais para reduzir a poluição e preservar recursos hídricos, mas a ausência de mecanismos eficazes de controle e conscientização da população limita o alcance dessas medidas.

As organizações enfrentam barreiras sérias para agir de maneira eficaz. A necessidade de investimentos robustos em tecnologias limpas e educação ambiental muitas vezes entra em conflito com limitações orçamentárias e prioridades imediatas.

A falta de uma coordenação integrada entre os setores público, privado e terceiro setor, dificulta avanços significativos. Projetos isolados, embora importantes, não têm o alcance necessário para enfrentar um problema de escalada até mesmo municipal. A falta de conscientização da população sobre os impactos ambientais e à saúde causados pelo descarte inadequado desse resíduo resulta em um ciclo vicioso: o óleo despejado em pias e ralos contamina rios e solos, atraindo vetores de doenças como dengue, zika e chikungunya, além de proliferar a população de roedores e insetos. A curto prazo, essa prática contribui para a degradação ambiental e a perda da biodiversidade, comprometendo a qualidade de vida das gerações atuais e futuras.

Portanto, 2024 deve ser lembrado como um marco não apenas pelo registro de calor, mas pelo início de um movimento concreto, consistente e coletivo em direção à sustentabilidade e justiça climática. O tempo de agir é agora, antes que os climas se tornem irreversíveis.

Cyntia Maria de Alcântara / Presidente da Associação Madre de Inovação e Educação Socioambiental.

https://www.linkedin.com/in/cyntiaalcantara

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