Por Enio Klein
O uso da inteligência artificial (IA) no segmento da saúde está transformando significativamente a maneira como diagnósticos, tratamentos e pesquisas são conduzidos. Entre os principais benefícios, destaca-se a capacidade de processar grandes volumes de dados com rapidez e precisão, auxiliando médicos na identificação de padrões e anomalias que poderiam passar despercebidos em análises manuais. Isso contribui para diagnósticos mais precoces e assertivos, aumentando as chances de sucesso nos tratamentos e reduzindo os custos relacionados a erros médicos. Além disso, a IA possibilita o desenvolvimento de terapias personalizadas, ajustadas às características individuais de cada paciente, promovendo uma abordagem mais eficaz e centrada no paciente.
No entanto, o uso da IA na saúde também apresenta riscos que precisam ser cuidadosamente gerenciados. Um dos principais desafios é garantir a privacidade e a segurança dos dados de pacientes, uma vez que sistemas baseados em IA dependem do acesso a informações sensíveis e confidenciais. Vazamentos ou uso indevido desses dados podem resultar em graves consequências éticas e legais. Além disso, existe o risco de viés algorítmico, que ocorre quando os sistemas de IA refletem preconceitos presentes nos dados de treinamento, levando a decisões que podem discriminar certos grupos de pacientes ou comprometer a equidade nos cuidados de saúde
Outro benefício relevante é o potencial da IA em automatizar tarefas administrativas e operacionais, permitindo que os profissionais de saúde se concentrem em atividades mais complexas e estratégicas. Ferramentas baseadas em IA podem agilizar processos como agendamento de consultas, gerenciamento de registros médicos e monitoramento de pacientes em tempo real. Esses avanços não apenas aumentam a eficiência operacional das instituições de saúde, mas também melhoram a experiência dos pacientes, oferecendo serviços mais rápidos e acessíveis. Além disso, a IA tem contribuído significativamente para avanços em pesquisa médica, acelerando o desenvolvimento de medicamentos e novas terapias.
Contudo, a adoção da IA no setor de saúde deve ser acompanhada de regulamentações claras e diretrizes éticas para mitigar os riscos associados. É essencial garantir a transparência nos processos de tomada de decisão dos sistemas de IA, bem como a supervisão constante de profissionais humanos para evitar falhas catastróficas. Investir em educação e treinamento para que os profissionais de saúde compreendam e utilizem adequadamente essas tecnologias são igualmente cruciais.
Assim, ao equilibrar os benefícios da IA com uma gestão responsável de seus riscos, o setor de saúde pode alcançar avanços significativos que beneficiem tanto os profissionais quanto os pacientes.
Fonte: HIMSS – AI ADOPTION IN HEALTHCARE REPORT 2024
