Em um cenário econômico desafiador, onde o endividamento das famílias brasileiras atingiu 77,6% em abril de 2025, as preocupações financeiras pessoais dos colaboradores têm impactado diretamente a produtividade e o bem-estar no ambiente de trabalho. Além disso, quase metade dos brasileiros adultos está inadimplente, com o valor médio das dívidas superando R$ 1.500,00, o que agrava ainda mais a situação financeira das famílias. Valor Econômico
Essas dificuldades financeiras não apenas afetam a vida pessoal dos colaboradores, mas também se refletem no ambiente corporativo. Uma pesquisa da Creditas Benefícios revelou que 86% dos trabalhadores brasileiros já enfrentaram problemas de saúde mental relacionados ao trabalho, sendo os principais o estresse (65%), a ansiedade (54%) e a insônia (40%). ABMES
Reconhecendo essa realidade, empresas brasileiras estão priorizando a educação financeira para colaboradores como forma de promover bem-estar e aumentar a produtividade. Segundo a 9ª Pesquisa de Benefícios da Lockton, 45% das organizações planejam investir em programas formais de educação financeira nos próximos dois anos. Soluções Industriais
Além disso, a partir de 26 de maio de 2025, entra em vigor no Brasil uma atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), estabelecida pelo Ministério do Trabalho e Emprego, que exige que as empresas identifiquem riscos psicossociais e implementem medidas para gerenciar a saúde mental dos profissionais, visando prevenir doenças relacionadas ao ambiente de trabalho. Forbes Brasil
O impacto do tempo perdido no trabalho é real. E alto.
Quando falamos em crescimento empresarial, muitas vezes olhamos para estratégias de marketing, investimentos em tecnologia, treinamentos técnicos ou otimização de processos. Mas existe um problema silencioso, invisível nas planilhas, que gera um custo gigantesco e que raramente é percebido com clareza: a vida financeira desorganizada dos colaboradores.
Esse problema não aparece no balanço como uma linha de despesa direta. Mas ele está lá, escondido nas quedas de produtividade, nas metas não batidas, no clima pesado, no aumento de erros operacionais, no absenteísmo e, muitas vezes, na rotatividade de pessoas que, desgastadas, buscam outros caminhos, às vezes não por vontade, mas por necessidade.
O mais grave é que esse não é um problema isolado. É uma realidade que afeta milhares de empresas no Brasil. E ela tem nome, números e impacto comprovado. De acordo com um levantamento da PwC, divulgado também pela Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), 43% dos colaboradores com problemas financeiros relatam perder, em média, 3 horas de expediente por dia tentando resolver essas questões.
Agora imagine o que isso significa na prática. São pessoas fisicamente presentes, mas mentalmente distantes. E isso custa muito caro, mais do que a maioria dos empresários imagina.
Por outro lado, o lado positivo também é claro: empresas que investem na saúde financeira dos seus colaboradores colhem resultados expressivos. E isso não é discurso bonito é matemática, é fato, é comprovado por números.
Neste artigo, eu te convido a refletir comigo sobre:
- Quanto a sua empresa perde só com o tempo improdutivo causado pelas preocupações financeiras dos colaboradores;
- E quanto ela pode ganhar com o aumento da produtividade e das vendas, simplesmente por ajudar seu time a se reorganizar financeiramente.
Os números são surpreendentes. E podem mudar a sua visão sobre gestão de pessoas e, principalmente, sobre como gerar mais resultado cuidando de quem faz sua empresa acontecer todos os dias.
E isso não é só uma impressão. É dado, é realidade, é matemática pura.
Estudos mostram que 43% dos colaboradores perdem, em média, 3 horas por dia no trabalho por estarem preocupados com questões financeiras.
Vamos fazer uma conta simples, considerando uma empresa com 100 colaboradores:
Cálculo do tempo perdido no mês:
Descrição | Cálculo | Resultado |
---|---|---|
Colaboradores afetados (43%) | 100 x 43% | 43 pessoas |
Horas perdidas por dia | 43 pessoas x 3 horas | 129 horas/dia |
Horas perdidas no mês (22 dias úteis) | 129 horas x 22 | 2.838 horas/mês |
Jornada mensal de 1 colaborador | 8 horas x 22 dias | 176 horas/mês |
Equivalente em pessoas improdutivas | 2.838 ÷ 176 | 16,12 pessoas |
Cálculo do custo da improdutividade:
Descrição | Cálculo | Valor (R$) |
---|---|---|
Custo mensal por colaborador | Salário médio | R$ 3.000,00 |
Custo mensal da improdutividade | 16,12 x 3.000 | R$ 48.360,00 |
Custo anual da improdutividade | 48.360 x 12 | R$ 580.320,00/ano |
Ou seja:
A empresa está pagando, todo mês, o equivalente a 16 pessoas que não produzem absolutamente nada, simplesmente porque estão mentalmente ocupadas tentando resolver suas próprias finanças.
Ganho com aumento da produtividade (9%)
Quando a empresa investe em um programa de educação financeira, as pessoas se reorganizam, dormem melhor, se sentem mais tranquilas e conseguem focar no trabalho.
O dado é claro: há, em média, um ganho de 9% na produtividade.
Cálculo do ganho na produtividade:
Descrição | Cálculo | Valor (R$) |
---|---|---|
Faturamento mensal da empresa | R$ 1.000.000,00 | |
Aumento de produtividade (9%) | 1.000.000 x 9% | R$ 90.000/mês |
Aumento anual na produtividade | 90.000 x 12 | R$ 1.080.000,00/ano |
A empresa fatura, em média, R$ 1.080.000 a mais por ano, sem precisar contratar mais, investir em mais marketing ou dobrar o time somente com colaboradores mais focados e produtivos.
Ganho com crescimento nas vendas (+37%)
Além da produtividade, o impacto nas vendas é ainda mais expressivo. O estudo mostra que empresas que implementam programas de educação financeira têm, em média, 37% de crescimento nas vendas.
Funcionários mais equilibrados emocionalmente vendem mais, atendem melhor, entregam mais valor ao cliente e são mais comprometidos com os resultados.
Cálculo do ganho nas vendas:
Descrição | Cálculo | Valor (R$) |
---|---|---|
Faturamento mensal da empresa | R$ 1.000.000,00 | |
Crescimento nas vendas (37%) | 1.000.000 x 37% | R$ 370.000/mês |
Crescimento anual nas vendas | 370.000 x 12 | R$ 4.440.000,00/ano |
A empresa tem potencial de faturar R$ 4.440.000,00 a mais por ano só com o crescimento nas vendas proporcionado por uma equipe mais equilibrada, focada e com mais disposição para gerar resultados.
Resumo dos impactos financeiros positivos:
Impacto | Valor Mensal (R$) | Valor Anual (R$) |
---|---|---|
Custo atual da improdutividade (43%) | -48.360,00 | -580.320,00 |
Ganho com aumento na produtividade (9%) | +90.000,00 | +1.080.000,00 |
Ganho com crescimento nas vendas (37%) | +370.000,00 | +4.440.000,00 |
Empresas que não cuidam da saúde financeira dos colaboradores estão deixando dinheiro na mesa. Todos os meses. Todos os anos.
Perder quase R$ 600 mil/ano só com improdutividade não é pouca coisa. Por outro lado, quem investe em um programa estruturado de educação financeira não só recupera esse dinheiro, como também vê a produtividade aumentar, as vendas dispararem e o time trabalhar mais leve, mais focado e mais feliz.
Cuidar das finanças dos colaboradores não é gasto. É investimento inteligente, estratégico e extremamente lucrativo.
Se a sua empresa quer crescer, bater meta, aumentar faturamento, reduzir custos e, ao mesmo tempo, melhorar o ambiente de trabalho, investir na saúde financeira do seu time não é mais um diferencial — é uma necessidade.
Porque, no final do dia, pessoas bem financeiramente são pessoas mais felizes, mais produtivas e mais comprometidas. E quem ganha com isso é todo mundo: o colaborador, a empresa, os clientes e os resultados.
Se quiser, posso te ajudar a entender como isso funciona na prática e como levar esse impacto para dentro da sua empresa.
Gabriel Ramos de Padua