Evento ocorrido no Recife é considerado o mais importante congresso do gênero no Brasil
A diretora e professora da Faculdade de Fonoaudiologia da PUC-Campinas, Profa. Dra. Letícia Reis Borges Ifanger, e a também docente do curso, Profa. Dra. Thais Antonelli Diniz Hein, participaram como palestrantes, entre os dias 9 e 11 de abril, do 40º Encontro Internacional de Audiologia (EIA), realizado no Recife.

Considerado o mais importante congresso do gênero no Brasil, o evento é constituído por atividades diversificadas, desenvolvidas por renomados conferencistas nacionais e internacionais. Os temas de destaques da edição deste ano foram os avanços tecnológicos e a inovação na audiologia e a multi-interdisciplinaridade, com ênfase na integração entre as áreas do conhecimento para que estas contribuam para o sucesso nas estratégias adotadas de prevenção, diagnóstico e reabilitação.
Primeiro dia
No primeiro dia do encontro, 9 de abril, Letícia ministrou, em conjunto com a Dra. Karin Ziliotto Dias, diretora clínica do Núcleo de Estudos Fonoaudiológicos (NESF), o minicurso “Planejamento da Estimulação das Habilidades Auditivas”. Com duração de duas horas, a ação buscou apresentar aos ouvintes os princípios do treinamento auditivo e as estratégias de reabilitação das funções auditivas alteradas na Avaliação do Processamento Auditivo Central (exame fonoaudiológico que avalia a capacidade do cérebro de processar e interpretar as informações sonoras que recebemos).
Segundo dia
No dia seguinte, ela foi moderadora, ao lado da Dra. Eliara Pinto Vieira Biaggio, professora da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), do painel “Treinamento Auditivo”, onde a discussão contou com o seguinte tema: “Treinamento Auditivo Computadorizado (Softwares e Aplicativos) em Terapia Fonoaudiológica: Conceitos Importantes”.
No mesmo dia, a Profa. Dra. Thais Antonelli Diniz Hein, docente do curso de Fonoaudiologia da PUC-Campinas, ministrou duas palestras. A primeira foi “Contribuições da Timpanometria de Banda Larga no Diagnóstico Audiológico”, que teve como objetivo avaliar as modificações realizadas neste exame que acontece na orelha média (uma cavidade localizada no osso temporal, entre a orelha externa e a orelha interna, por onde entra o som no sistema auditivo, sendo esta responsável por conduzi-lo e amplificá-lo), com o objetivo de reduzir os falsos negativos, melhorando assim o diagnóstico de doenças como a otite (inflamação ou infecção no ouvido, que pode ocorrer no canal auditivo externo, ouvido médio ou ouvido interno), muito comum em bebês e crianças e que pode ter como consequência, por exemplo, o atraso no desenvolvimento da fala e da linguagem.
Posteriormente, ela participou do painel “Diagnóstico Audiológico Infantil”, tratando do tema “Diagnóstico Audiológico em Recém-Nascidos que Falharam na Triagem Auditiva Neonatal (TAN). Nele, ela tratou das atualizações dos exames utilizados para a realização do diagnóstico que possibilitam obter mais informações sobre o sistema auditivo, além de melhorar a sensibilidade.

De acordo com a palestrante, a Triagem Auditiva Neonatal deve ser realizada em todos os recém-nascidos com o objetivo de detectar precocemente neles a perda auditiva. “Os bebês que falham na Triagem Auditiva são encaminhados para o diagnóstico audiológico para que sejam realizados exames mais detalhados a fim de verificar o tipo e grau da perda auditiva e, dependendo do resultado, para que se busque realizar ações que visem mitigar os impactos que esta pode causar em seu desenvolvimento”, esclarece.
Terceiro dia
No último dia do evento, 11 de abril, Letícia fez parte do painel “Novos Procedimentos para Avaliação do Processamento Auditivo Central” com o tema “PROSER – Teste de Processamento Espacial de Sentenças no Ruído”. Durante a sua participação, a diretora apresentou um teste desenvolvido por ela própria, junto a dois pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a Profa. Dra. Maria Francisca Colella-Santos e o Prof. Dr. Bruno Masiero, para avaliar a habilidade de processamento espacial. Segundo ela, não havia anteriormente nenhum teste na língua portuguesa que avaliasse essa habilidade.
Participação em livro
Além disso, houve durante o EIA o lançamento do livro “Tratado de Processamento Auditivo Central”, idealizado pela 12ª gestão da Academia Brasileira de Audiologia. De acordo com a professora Letícia, a obra será a referência para estudantes de graduação, pós-graduação e profissionais de fonoaudiologia e outras profissões que envolvam saúde e educação.
“Recebi o convite para escrever dois capítulos: ‘Teste de Processamento Espacial de Sentenças no Ruído: PROSER’, escrito em parceria com a Profa. Dra. Maria Francisca Colella-Santos, e ‘Estimulação das Habilidades Auditivas: Treinamento Auditivo Acusticamente Controlado: TAAC’, desenvolvido em parceria com a Dra. Daniela Gil, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)”, explica a diretora.

Alunas presentes
A PUC-Campinas contou ainda com a participação de quatro de suas alunas do curso de Fonoaudiologia: Rayra Simões Zolio e Sthephanie Garcia (do módulo 5) e Camila Carvalho e Bianca Natielle (do módulo 3).
Elas participaram do encontro com a apresentação de dois pôsteres com os temas “A Relação entre a Perda Auditiva e a Depressão em Idosos: Uma Revisão de Literatura” e “Indicadores de Qualidade de Programas de Triagem Auditiva Neonatal: Revisão Sistemática”.
Atualização e interação
A professora Letícia comenta que a importância de se participar de eventos desta ordem reside tanto no processo de atualização profissional quanto na interação com outros profissionais da área audiológica.
“Além de nos manter atualizadas sobre diversos temas da área, a troca de experiência com outros profissionais da audiologia nos permite trazer para os alunos e alunas o que há de mais importante sendo desenvolvido no meio. E a PUC-Campinas se fazer representada em eventos como esse é algo muito bom, em especial, por estes contarem com a presença de profissionais que são referências nacionais e internacionais quando o assunto é audiologia”, encerra a diretora.