Colóquio no Campus I marcou os 10 anos do Núcleo de Fé e Cultura da Universidade e faz parte das ações do Jubileu 2025 “Peregrinos de Esperança”
Em celebração à primeira década de seu Núcleo de Fé e Cultura, a PUC-Campinas acolheu, entre os dias 1 e 3 de abril, um importante debate sobre caminhos para a paz mundial. O Colóquio “Fraternidade Universal e o Diálogo Inter-religioso: Um Caminho para a Paz” ocupou o Auditório Cardeal Agnelo Rossi, no Campus I, reunindo especialistas, religiosos e a comunidade acadêmica para refletir sobre a convivência harmônica entre diferentes crenças. O evento faz parte das ações do Jubileu 2025 “Peregrinos de Esperança”, que serão desenvolvidas na Universidade e fora dela ao longo deste ano, de forma a vivenciar a peregrinação, a misericórdia e o testemunho, atendendo ao convite do Papa Francisco.
Na abertura do evento estiveram presentes compondo a mesa diretiva o Vice-Reitor da PUC-Campinas, Prof. Dr. Pe. José Benedito de Almeida David; o Prof. Me. Côn. José Luís Araújo, Docente da faculdade de Teologia e Coordenador do Núcleo de Fé e Cultura da PUC-Campinas; o Prof. Dr. Pe. Marcial Maçaneiro, conferencista da PUC-Paraná; o Presidente da Câmara Municipal de Campinas, Luiz Rossini e o Secretário Municipal de campinas, Dr. Peter Panutto, representando o Prefeito, Dário Saadi. Acompanharam também o evento Pró-Reitores, decanos, docentes, formadores dos seminários de Campinas e estudantes.
O Colóquio propôs-se a ser um espaço de aprofundamento do entendimento mútuo e de fortalecimento da cooperação entre diversas tradições religiosas. A iniciativa teve como foco não apenas o ambiente acadêmico, mas a sociedade em geral, ressaltando como a interação construtiva entre fé e ciência pode auxiliar no enfrentamento dos desafios contemporâneos, especialmente na busca por um mundo menos violento.
O Vice-Reitor da PUC-Campinas, Prof. Dr. Pe. José Benedito de Almeida David destacou que “O Colóquio visa justamente um processo de conscientização de que a saída para a humanidade é estar junto, estar em comunhão e, evidentemente, em diálogo. Sem isso, só produzimos conflitos e desumanidade. O Colóquio vem como uma proposta para a comunidade universitária de pensar o seu modo de viver baseado no diálogo, na convivência pacífica, na tolerância e no respeito ao diferente”.
O Prof. Me. Côn. José Luís Araújo, Docente da faculdade de teologia e Coordenador do Núcleo de Fé e Cultura da PUC-Campinas comentou a construção realizada ao longo de uma década do evento. “O Colóquio tem como propósito central abordar questões relativas à humanização. Alinhados a essa ideia, todos os temas explorados nestes dez anos visaram agregar aos alunos, professores e demais participantes essa compreensão, especialmente diante das situações difíceis vivenciadas em nível mundial. Nesse contexto, percebe-se que as religiões desempenham um papel significativo na construção da paz, justificando assim a escolha deste tema. O objetivo foi promover uma reflexão conjunta sobre a contribuição potencial de cada uma no sentido de auxiliar a humanidade a alcançar mais paz”, disse.
O Prof. Dr. Pe. Marcial Maçaneiro, conferencista da PUC-Paraná destacou a importância do Colóquio ao dar visibilidade ao tema no contexto do campo da educação. “Temos aqui jovens que já atuam em seus espaços na sociedade. Boa parte deles se identifica com diferentes crenças religiosas. Afirmar que as religiões têm um compromisso com a paz, com a construção social, não deveria representar novidade. Afinal, antes mesmo da existência dos Estados e das Repúblicas, as religiões já desempenhavam esse papel junto à humanidade, formando comunidades, promovendo o amor e a reconciliação. Contudo, as religiões também demonstram fragilidades. Sua eficácia depende da intenção de traduzir esse ideal em prática. Há riscos de a religião ser instrumentalizada para a violência, a depender da interpretação que se faz da fé. É fundamental que tratemos disso no âmbito da educação, espaço onde as lideranças são formadas. E isso se justifica porque a Universidade projeta iniciativas práticas na cidade, nos bairros. Sua atuação não se restringe aos muros da pesquisa. Neste evento, abordamos as experiências e iniciativas das religiões, em níveis mundial e local, voltadas ao cultivo da paz, aos direitos humanos, ao respeito, às obras de misericórdia e ao apoio às populações vulneráveis. São temas que devem nos impulsionar à ação.”
Alinhado à missão da PUC-Campinas de promover uma formação integral, o Núcleo de Fé e Cultura, ao organizar o encontro, reforçou seu compromisso com a discussão de valores fundamentais. O objetivo foi incentivar a reflexão sobre a fraternidade como alicerce para um futuro mais pacífico e justo para todos.
Diversidade de vozes pela paz
A programação do evento foi enriquecida por múltiplas perspectivas religiosas, apresentadas ao longo dos três dias. No dia 1º de abril, as contribuições gerais das religiões para a fraternidade universal foram abordadas pelo Prof. Dr. Pe. Marcial Maçaneiro, da PUC-Paraná. A visão das Igrejas Evangélicas sobre o tema foi exposta pelos professores Dr. Paulo Augusto de Souza Nogueira e Dr. Breno Martins Campos, da PUC-Campinas.
No segundo dia do Colóquio, o Sheikh Hosnir Henrique Pereira Simões Badawi trouxe a perspectiva Islâmica e o Prof. Dr. Pe. Matheus da Silva Bernardes, da PUC-Campinas, discorreu sobre a fraternidade e a paz sob a ótica do Cristianismo. No último dia, a Yalasé Fabiana Grande de Oxossi apresentou o olhar das religiões de Matriz Africana e, encerrando o evento, o Rabino Dr. Ruben Sternschein promoveu reflexões acerca do Judaísmo.
Uma década de fé
A PUC-Campinas celebrou os 10 anos de seu Núcleo de Fé e Cultura com o lançamento de uma revista especial, que resgata uma década dedicada ao diálogo entre diferentes saberes e crenças. A edição comemorativa revisita debates relevantes, temas que marcaram o período e a contribuição de figuras importantes – incluindo autoridades católicas e lideranças de outras religiões – que passaram pela Universidade. A publicação funciona como um marco histórico das pontes construídas entre fé e conhecimento, refletindo o compromisso da instituição com a promoção de valores e a formação de um mundo mais fraterno por meio do ensino, pesquisa e extensão. Acesse aqui.