Universidade realiza debates no Campus sobre sustentabilidade e o papel do Brasil na COP30
A PUC-Rio reafirmou seu compromisso com questões ambientais ao realizar a jornada Amazonizar, um evento que reuniu lideranças e especialistas em debates sobre a Amazônia, mudanças climáticas e a participação brasileira na COP30, que será realizada em 2025 em Belém do Pará. O encontro aconteceu no dia 2 de dezembro no Campus da Universidade e contou com a presença de personalidades como o Cardeal Peter Turkson, relator da encíclica Laudato Si’; o Embaixador André Aranha Corrêa do Lago, Secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Brasil; o Ministro Antonio Herman Benjamin, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ); Rafaela Guedes, Senior Fellow do CEBRI; Beto Veríssimo, cofundador do Imazon; e André Trigueiro, jornalista e professor da PUC-Rio. A programação também contou com uma missa solene presidida por Dom Orani João Tempesta O. Cist. Os debates foram mediados pelo Reitor Pe. Anderson Antonio Pedroso, S.J.
O evento teve início com um debate conduzido pelo Cardeal Peter Turkson, pelo Ministro Antonio Herman Benjamin, e pelo Reitor da PUC-Rio, Pe. Anderson Antonio Pedroso, S.J. O reitor destacou o protagonismo da Universidade em questões socioambientais e o papel do projeto Amazonizar: “Defino o ‘Amazonizar’ como uma plataforma de projetos e iniciativas para ajudar a Amazônia. Primeiro, devemos nos ‘amazonizar’, conhecer as lógicas da floresta e de seus povos, para depois nos apresentarmos como parceiros em termos eclesiais, políticos e sociais”.
O Cardeal Turkson ressaltou o caráter social da encíclica Laudato Si’: “Ela é o clamor da Terra e dos pobres. O Papa Francisco nos convida a mudar o paradigma de ‘responsabilidade’ para ‘cuidado’, pois cuidar é se preocupar com paixão e coração”. Já o Ministro Herman Benjamin elogiou a integração entre ensino e preservação ambiental promovida pela PUC-Rio: “A Universidade integra ciências naturais, sociais, economia e filosofia em uma perspectiva holística de proteção da nossa casa comum, conceito-chave da Laudato Si’”.
Após o debate inicial, a comunidade PUC-Rio foi convidada a participar de uma missa solene presidida por Dom Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro e grão-chanceler da Universidade. Dom Orani destacou o pioneirismo da PUC-Rio na disseminação dos ensinamentos da Laudato Si’ e sua relevância nos debates às vésperas da COP30: “Há quase 10 anos, quando a encíclica foi lançada, esta Universidade foi a que mais a divulgou. Este momento atual reflete a sensibilidade e o compromisso da nossa Igreja com os desafios socioambientais da nossa época”.
A jornada foi concluída com debates que incluíram a participação do Embaixador André Aranha Corrêa do Lago, que destacou a necessidade de o Brasil mudar a matriz econômica da Amazônia: “O Brasil está atuando bem na fiscalização e no combate ao desmatamento, mas falta atuar no ataque, mudando de uma matriz baseada no desmatamento para uma de floresta em pé, focada na regeneração e na economia de baixo carbono”.
Rafaela Guedes, do CEBRI, enfatizou a importância de trazer pautas ambientais para espaços como a PUC-Rio: “São as diferentes perspectivas e a energia das novas gerações, com a capacidade de fazer novas perguntas, que nos impulsionam a buscar inovações e enfrentar os desafios do mundo contemporâneo”.
O pesquisador Beto Veríssimo alertou para o risco de um “ponto de não retorno” na Amazônia: “Como as coisas estão caminhando, seja em termos de desmatamento, seja em termos de mudanças climáticas, talvez presenciemos isso em nossa própria existência. E isso traz grandes consequências”.
O jornalista André Trigueiro encerrou os debates com uma reflexão sobre os desafios enfrentados por ambientalistas: “Este encontro não poderia acontecer em vários pontos da Amazônia sem intimidações e ameaças. O Brasil está entre os países com maior número de assassinatos de ambientalistas”.
Com a jornada Amazonizar, a PUC-Rio reafirmou seu papel de liderança na integração entre ciência, fé e sociedade para enfrentar os desafios climáticos globais, reforçando a importância de parcerias na busca de soluções para a crise socioambiental.
Fonte: PUC RIO