Conheça os resultados dos nossos docentes da PUCP no Estudo de Avaliação de Competências Digitais Docentes , organizado pela Metared, rede colaborativa internacional formada por universidades ibero-americanas.
O desenvolvimento e a crescente acessibilidade das tecnologias digitais tornaram necessária a aquisição e o fortalecimento de competências dos professores para incorporá-las no processo educativo. Neste sentido, a Metared desenvolveu um estudo que permite uma autoavaliação das competências digitais dos professores no processo de ensino e aprendizagem.
Com os dados recolhidos neste estudo, o Instituto de Ensino Universitário (IDU) analisou informações dos professores da PUCP para determinar os pontos fortes e áreas de melhoria no uso de tecnologias digitais
A avaliação foi realizada através de um inquérito online destinado a medir a autoperceção dos professores sobre as suas competências digitais, de acordo com as diretrizes estabelecidas no Quadro Europeu de Competências Digitais para Educadores (DigCompEdu).
Participaram da pesquisa 534 professores de diversos departamentos da Universidade, regulares e contratados, o que garantiu uma amostra representativa. O estudo abrangeu sete áreas principais: envolvimento digital, recursos digitais, ensino-aprendizagem, avaliação, capacitação dos alunos, desenvolvimento de competências digitais nos alunos e educação aberta.

Resultados por áreas de competência
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- Compromisso digital: base sólida e espaço para crescer
87% dos professores percebem-se no nível integrativo, o que indica uso adequado de ferramentas digitais para comunicação e colaboração profissional. Este resultado reflete a sua capacidade de interagir de forma eficaz com colegas, alunos e outros atores educacionais. No entanto, observa-se uma lacuna nas competências, sugerindo que ainda há espaço para promover uma cultura de inovação e melhorar a integração da tecnologia na gestão e no desenvolvimento profissional.
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- Recursos digitais: avanços e um grande desafio pedagógico
54% dos professores estão em níveis avançados (líder e pioneiro), destacando-se na criação, seleção e gestão de recursos digitais. No entanto, são identificadas áreas de melhoria em termos da adaptabilidade pedagógica dos recursos e da sua acessibilidade, o que sugere que alguns conteúdos digitais ainda não estão totalmente alinhados com as necessidades dos alunos ou com objetivos educativos específicos.
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- Ensino-aprendizagem: do funcional ao transformador
42% dos professores são qualificados em níveis avançados (especialista e líder). Nesta área, observa-se um uso funcional das tecnologias digitais no ensino, mas persiste uma lacuna no seu uso estratégico e transformador ao longo das fases do processo educativo.
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- Avaliação e feedback: personalização como desafio
38% dos professores são classificados em níveis avançados. Enquanto os desafios são atribuídos à personalização das estratégias de avaliação e à capacidade de interpretar e utilizar os dados para tomar decisões pedagógicas mais eficazes.
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- Capacitar os alunos: rumo a uma aprendizagem mais autónoma
40% dos professores estão em níveis avançados nesta área. Foram identificados esforços para promover a participação ativa dos alunos através da utilização de ferramentas digitais. Contudo, o grande desafio é criar espaços que permitam aos alunos tornarem-se cocriadores da sua aprendizagem, utilizando a tecnologia não apenas como suporte, mas como ferramenta para desenvolver autonomia e competências críticas.
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- Desenvolvimento da competência digital nos alunos: uma área a reforçar
38% dos professores atingem níveis avançados. Destaca-se sua capacidade de apoiar os alunos na criação de conteúdos e no uso responsável da tecnologia. No entanto, ainda é necessário reforçar o apoio ao desenvolvimento das competências digitais dos alunos.
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- Educação aberta: a grande tarefa pendente
62% dos professores estão nos níveis iniciais (iniciante e explorador). Identifica-se uma percepção de preparação limitada para incorporar práticas relacionadas à seleção e uso de recursos digitais abertos, bem como compartilhar e divulgar materiais próprios, cursos e experiências de ensino em acesso aberto. A falta de competências nesta área limita significativamente as possibilidades de democratização do acesso ao conhecimento, uma prioridade no atual ambiente do ensino superior. Ressalta-se que esta área foi acrescentada pela Metared para adaptar o estudo ao contexto latino-americano, devido à sua crescente relevância no panorama atual.

Que lições esses resultados nos deixam?
O estudo oferece uma visão abrangente dos esforços da Universidade para compreender melhor o seu corpo docente, identificando tanto os seus pontos fortes como os desafios na integração das tecnologias digitais no ensino.
Os professores demonstraram uma base sólida em competências digitais e familiarizaram-se com diversas ferramentas tecnológicas. No entanto, permanecem desafios importantes, especialmente na integração eficaz da tecnologia nas estratégias pedagógicas e de avaliação.
“Esses resultados são um ponto de partida para saber quais ferramentas digitais nossos professores usam e como. Com estes dados, estamos a desenhar um plano de formação que fortalece a utilização pedagógica das TIC. Nesse sentido, a ideia não é ensinar ferramentas digitais isoladamente, mas sim enfatizar a sua integração nos cursos para melhorar a aprendizagem dos alunos.”
Fonte: PUC PERÚ