Com a temática “A Esperança na Crise: a Apocalíptica como chave de leitura da realidade”, o evento reuniu estudantes da Escola de Ciências Humanas, Jurídicas e Sociais
A PUC-Campinas, por meio da Faculdade de Teologia, realizou, entre os dias 19 e 23 de maio, a XLIV Semana Teológica com o tema: “A Esperança na Crise: a Apocalíptica como chave de leitura da realidade”.
O evento, realizado no Auditório Cardeal Agnelo Rossi, no Campus I, propôs aos estudantes da Escola de Ciências Humanas, Jurídicas e Sociais uma reflexão profunda sobre os tempos de crise à luz da literatura apocalíptica, resgatando a tradição teológica como espaço de diálogo e construção de esperança.
Segundo o Prof. Pe. Alexandre Boratti Favretto, Diretor da Faculdade de Teologia, a Semana Teológica – realizada por iniciativa dos alunos, com a colaboração da direção e dos professores do curso – permite um aprofundamento sobre a literatura apocalíptica bíblica. “A Semana Teológica é sempre uma oportunidade de aprofundar os estudos. Temos a chance de parar e analisar, a partir de um viés hermenêutico, grandes temas em um ano importante para a teologia. Portanto, podemos dizer que os estudantes saem especialistas nessa temática”, explicou o professor.
A leitura apocalíptica
Para o estudante seminarista e presidente do Diretório Acadêmico São João XXIII, Leonardo das Neves Silva, a apocalíptica é um tema que precisa ser decifrado, pois está repleto de linguagem figurada e mistérios. Segundo ele, o objetivo é descontruir os sensos comuns sobre essa temática e mostrar como a leitura apocalíptica contribui para a compreensão da realidade atual. “Dentro da teologia e da academia, os assuntos não se esgotam. Eles ecoam em cada época, trazendo sempre uma novidade, uma releitura, um novo modo de olhar. Assim, a apocalíptica surge como um instrumento acadêmico que nos ajuda a interpretar o mundo de hoje”, afirmou Leonardo.
Durante a semana, especialistas de diferentes instituições conduziram conferências que dialogaram com a espiritualidade, a teologia e a realidade social. Este ano, o evento teve um significado ainda mais especial, ao abordar três marcos históricos da tradição cristã: os 1.700 anos do Concílio de Niceia (325 d.C.), os 60 anos do encerramento do Concílio Vaticano II (1965) e o Jubileu da Esperança, proclamado pelo Papa Francisco para 2025.
De acordo com o Prof. Dr. Pe. Adriano Broleze, Decano da Escola de Ciências Humanas, Jurídicas e Sociais, os temas debatidos são atuais e desafiadores. “A palavra de Deus e o magistério da igreja são sempre atuais e nos oferecem respostas para a realidade. Precisamos sempre visitar a palavra de Deus para encontrar nela respostas para nosso tempo e nossa história, em vista da paz, da fraternidade e do amor fraterno”, afirmou.
Temas abordados na Semana Teológica:
19 de maio
Tema: “Apocalíptica e as crises do nosso tempo: uma chave de leitura para as crises contemporâneas”
Conferencista: Dr. Pe. Gilvan Leite de Araújo (PUC-SP)
20 de maio
Tema: “A potência simbólica e narrativa do apocalipse de João: revelação para tempos de crise”
Conferencista: Dr. Paulo Nogueira (PUC-Campinas)
21 de maio
Tema: “Da revelação à definição: continuidade e descontinuidade entre a apocalíptica cristã e a cristologia de Niceia”
Conferencista: Dr. Pe. André Luiz Rodrigues (PUC-Rio)
22 de maio
Tema: “Da mulher do apocalipse à igreja do Concílio Vaticano II: ecos da apocalíptica na leitura eclesiológica contemporânea”
Conferencista: Dr. Pe. Boris Ulloa (PUC-SP)
23 de maio
Tema: “Esperança do Jubileu: uma esperança apocalíptica?”
Conferencista: Ma. Adriana Guimarães (PUC-SP)