Por Jessé Feitas (será!?)
Já faz um tempo que a inteligência artificial faz parte do meu processo de escrita. No começo, era só um teste – uma brincadeira para ver até onde a tecnologia podia ir. Depois, virou ferramenta. Hoje, em alguns momentos, me pego encarando um texto e pensando: até que ponto sou eu?
Escrever sempre foi um exercício de identidade. Cada escolha de palavra, cada estrutura de frase, cada silêncio entre um parágrafo e outro carrega algo do nosso jeito de pensar, sentir e enxergar o mundo. Mas quando uma IA sugere um caminho que eu não teria imaginado sozinho, isso ainda faz parte do meu processo criativo?
A resposta, como quase tudo na vida, não é preto no branco.
A IA não tem vivências, não carrega memórias, não sente o impacto de uma conversa difícil ou a nostalgia de uma música que toca no rádio em uma tarde qualquer. Mas ela é capaz de analisar padrões, sugerir palavras que soam bem juntas, construir lógicas que fazem sentido no papel.
E aí entra o dilema: se uma frase gerada por uma ferramenta transmite exatamente o que eu queria dizer, mas de um jeito que eu talvez não tivesse pensado… ainda sou eu?
Tenho refletido muito sobre isso. E cheguei a uma conclusão provisória (porque, convenhamos, certezas absolutas são raras e perigosas): a IA pode ser uma extensão da nossa criatividade, mas nunca o coração dela.
Ela sugere, mas não escolhe. Ela aprimora, mas não sente. Ela gera possibilidades, mas não tem um porquê.
E acho que é aí que mora a resposta. A ferramenta pode até me ajudar a dizer melhor o que quero expressar, mas a essência da mensagem – o que me move a escrever – continua sendo minha. No fim das contas, a IA pode até moldar as palavras, mas quem dá significado a elas sou eu.
Talvez o segredo esteja no equilíbrio. Usar a tecnologia sem perder a identidade. Deixar que ela apoie, mas não substitua. Manter a consciência de que, por mais avançadas que as ferramentas fiquem, nenhuma delas pode replicar aquilo que nos torna humanos: a dúvida, a intuição, o sentimento por trás de cada texto.
E você? Já se pegou refletindo sobre isso? Onde traça o limite entre você e a máquina? E sim, mais um texto com IA que traduz meu sentimento.😁