Bom de bola e ruim de dinheiro: por que atletas precisam de educação financeira desde cedo

Quando se fala em jogadores de futebol, a imagem que vem à mente de muita gente é a de luxo: carros importados, mansões milionárias, viagens exclusivas e roupas de grife. Mas por trás do brilho dos gramados e das redes sociais, existe uma realidade muito mais dura e silenciosa: grande parte dos atletas perde tudo poucos anos depois de se aposentar.

Essa situação não é exagero, é estatística. Segundo estudo divulgado pelo portal Universo do Seguro, 80% dos jogadores de futebol ficam endividados em até cinco anos após deixarem os campos. Pior ainda: 20% vão à falência nesse mesmo período.

Esses dados não se restringem ao Brasil. Um levantamento da Sport Illustrated nos Estados Unidos revelou que 60% dos ex-jogadores da NFL (futebol americano) quebram menos de cinco anos após o fim da carreira, e 78% dos atletas da NBA enfrentam sérios problemas financeiros logo após a aposentadoria. Ou seja, esse é um problema global, e recorrente.

Mas por que isso acontece? A resposta está em um fator-chave: a falta de educação financeira desde cedo.

Muitos atletas saem da adolescência diretamente para um universo de fama, fortuna e pressão. Começam a ganhar cifras altíssimas sem ter a menor noção de como administrar, investir ou proteger seu patrimônio. Com pouco preparo, acabam tomando decisões impulsivas, confiando em pessoas erradas ou simplesmente vivendo como se o dinheiro nunca fosse acabar.

Este artigo é um alerta e, ao mesmo tempo, um convite: se você é atleta, trabalha com esportes ou acompanha esse universo, é hora de falar sobre planejamento financeiro com seriedade. Porque talento pode garantir um bom começo, mas só inteligência financeira garante um bom final.

A carreira é curta. E o dinheiro, se não for bem cuidado, também.

Diferente de outras profissões, a carreira de um jogador costuma durar pouco. A maioria se aposenta antes dos 35 anos, e muitos já enfrentam quedas de rendimento físicos e contratuais a partir dos 30. Mesmo ganhando bem durante os anos de auge, é comum ver atletas enfrentando sérias dificuldades financeiras pouco depois de pendurarem as chuteiras.

Dinheiro sem preparo é risco

Mauro Silva, ex-jogador da Seleção Brasileira e hoje dirigente da CBF, alerta para a ausência de orientação financeira nas categorias de base. Jovens com 16, 17 anos passam a ganhar salários que muitos adultos não ganham em uma vida, mas não são preparados para lidar com isso.

Sem esse preparo, muitos atletas gastam além do necessário, seguem conselhos ruins de amigos ou familiares, investem mal, caem em golpes ou simplesmente vivem como se o dinheiro nunca fosse acabar. Ganhar bem não significa saber lidar com dinheiro. Ter um grande contrato não significa ter segurança financeira. E é exatamente aqui que muitos atletas se perdem.

Sem conhecimento e sem orientação, é fácil cair em armadilhas.

Casos que viraram manchete (e lição)

A história mostra que nem mesmo os grandes craques escaparam desse cenário.

  • Garrincha, um dos maiores da história, morreu em pobreza e com sérios problemas de saúde.
  • Romário, ídolo da década de 90, chegou a acumular R$ 20 milhões em dívidas.
  • Adriano Imperador enfrentou problemas emocionais e financeiros após deixar os gramados.
  • Gustavo Scarpa, destaque do futebol brasileiro, perdeu milhões ao investir em uma empresa por indicação de Willian Bigode, colega de clube. O caso, que envolve promessas de lucros fáceis e falta de segurança jurídica, escancarou o risco de investir sem entender o que está sendo feito.
  • Denílson (ex-São Paulo, Betis): ganhou uma fortuna ao ser o jogador mais caro do mundo em 1998, mas se envolveu em maus investimentos e precisou se reinventar como comentarista.
  • André Santos (ex-Corinthians, Arsenal): enfrentou problemas com processos e dívidas após o fim da carreira.
  • Vampeta: já revelou publicamente ter gastado grande parte do que ganhou e que “o que sobrou foi o que a esposa guardou”.
  • Edílson “Capetinha”: envolvido em dívidas e problemas com pensão, mesmo após uma carreira vitoriosa.
  • Mike Tyson (boxe): recebeu mais de US$ 300 milhões durante a carreira, mas declarou falência em 2003.
  • Ronaldinho Gaúcho: embora ainda muito popular, enfrentou problemas judiciais e bloqueio de bens em processos ligados a multas ambientais e dívidas.

Esses são apenas alguns nomes de uma lista longa de atletas que ganharam milhões e perderam quase tudo por falta de orientação e planejamento.

O que esses casos mostram:

Ter muito dinheiro não é garantia de estabilidade financeira.

Muitos atletas têm pouca ou nenhuma preparação para lidar com finanças pessoais e longos períodos sem renda após a aposentadoria precoce.

Má gestão, fraudes, ostentação, dívidas, e ausência de planejamento estão no centro de quase todos os casos.

Planejamento: do campo para a vida

Se você é atleta ou trabalha com esporte, quero te fazer um convite: cuide do seu dinheiro com o mesmo foco e disciplina que você tem nos treinos.

A verdade é que talento e salário alto não garantem uma vida financeira tranquila. O que garante é planejamento, visão de longo prazo e boas escolhas. E é exatamente isso que eu quero te ajudar a construir um legado.

Ao longo dos anos, oriento que você comece a:

  • Organizar suas finanças pessoais com clareza e sem complicação;
  • Montar uma reserva financeira sólida, para quando o imprevisto chegar;
  • Investir com segurança e estratégia, sem cair em promessas de retorno fácil;
  • Criar um plano para o pós-carreira, com foco em liberdade e estabilidade;
  • Evitar erros comuns, como excesso de gastos, má influência e falta de controle.

Não importa se você está começando a carreira ou já está no auge: quanto antes você começar a cuidar do seu dinheiro, mais tranquilo será seu futuro.

Minha missão é mostrar que é possível, sim, aproveitar a vida com responsabilidade sem abrir mão dos seus sonhos e sem correr riscos desnecessários.

Se você sabe onde quer chegar, eu posso te ajudar a construir o caminho financeiro até lá. Porque sucesso de verdade não é só dentro de campo, é também fora dele.

O que você, atleta, precisa entender

Ser bom de bola não basta. É preciso ser bom de cabeça, e de bolso também. Isso significa:

  • Viver abaixo do padrão que o salário “permite”
  • Montar uma reserva de emergência
  • Investir com segurança e conhecimento
  • Planejar a aposentadoria (que pode vir cedo)
  • Pensar em fontes de renda para o pós-carreira

Esses passos não são complexos. Mas exigem disciplina e, acima de tudo, humildade para aprender.

O talento nos pés pode garantir um ótimo começo, mas só a inteligência financeira garante um final feliz. A educação financeira precisa ser tratada como parte da formação dos atletas tão importante quanto o preparo físico ou técnico.

Porque no fim das contas, a fama passa, os contratos acabam… mas as escolhas financeiras te acompanham pelo resto da vida.

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