Teve início na noite desta segunda-feira, 26 de maio, o primeiro Congresso Internacional pela Arquitetura Contemporânea (Conarc). A iniciativa é uma parceria com o Politecnico di Milano – Polimi (Politécnico de Milão), por meio do Programa de Doutorado em Conservação do Patrimônio Construído do Departamento de Arquitetura e Estudos Urbanos (DAStU); da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult MG); e Instituto Estadual de Preservação Histórica e Artística (Iepha MG). O evento é patrocinado pela Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge).
Com o tema central Arquitetura do século XX: valorização e conservação do patrimônio arquitetônico em concreto armado, as atividades são gratuitas e prosseguem até o dia 28 de maio e acontecem nos campi Coração Eucarístico e Lourdes da PUC Minas.
Durante a solenidade de abertura, realizada no auditório Liberdade do Campus Lourdes, o Reitor da Universidade, Prof. Dr. Pe. Luís Henrique Eloy e Silva, deu as boas-vindas aos participantes e sublinhou que Minas Gerais é um celeiro de cultura. Ele citou o estilo artístico barroco que, com as suas curvas e detalhes, caracteriza a presença do Divino, sobretudo nas igrejas. Pe. Luís Henrique explicou ainda que, ao longo dos séculos, assim como a presença barroca, várias outras arquiteturas também foram delineadas com as curvas, as características e com o espírito mineiro, demarcando a história da cultura do estado. Desde as cidades históricas, até o complexo da Pampulha, fica evidente a riqueza de um estado constantemente aberto ao futuro, proporcionando encontros como o Conarc.
Para o Reitor, as discussões que acontecerão no âmbito do Congresso podem abrir a mente dos participantes para perspectiva de que a Arquitetura está em constante diálogo com a História, com a Arte, e que ela é, sobretudo, uma ciência que serve ao ser humano. E, ao compreender esse propósito, se entende que a Arquitetura serve ao ser humano, e tem um papel preponderante na humanização dos espaços, uma vez que, quando bem estruturados e planejados de forma técnica, eles são construídos em função do ser humano, da vida humana, do encontro humano. Por isso, Pe. Luís Henrique, salientou que a Arquitetura é uma ciência poliédrica, pluridimensional e, portanto, aberta ao diálogo com várias outras áreas.
Falando sobre a identificação do Conarc com a Missão e a Identidade da PUC Minas, o Reitor afirmou que toda universidade per se (do latim, em si mesma), por mais histórica que seja, está ancorada no contemporâneo. A instituição de ensino precisa, de alguma forma, encontrar um diálogo com o momento histórico na medida em que os seus egressos buscam uma colocação profissional nesse mesmo tempo e levarão o nome da Universidade na contemporaneidade. Refletindo sobre a sociedade atual, Pe. Luís Henrique falou sobre como a fragmentação e polarização dificultam os diálogos e, por sua vez, o Conarc, a exemplo do que disse recentemente o Papa Leão XIV, ao discursar pela primeira vez na Basílica de São Pedro, propiciará um ambiente de construção de pontes.
Auspicando bons frutos para o Congresso, o Reitor desejou que os participantes se unam, já que, segundo ele, quando o ser humano vai ao encontro do outro, estende a mão não para agredir, mas para pacificar-se e pacificar as relações, transformar o seu entorno. Porque a paz e as relações bem sucedidas sempre transformam. E a Arquitetura, nesse sentido, representa a construção, a ambientação e a mudança dos espaços em prol do ser humano que se humaniza no diálogo, na convivência, no respeito às diferenças.
Valorização e conservação
O Pró-reitor Adjunto do Campus Lourdes, Prof. Lúcio Mauro Pereira, afirmou que no Conarc se encontram os principais protagonistas da busca pela valorização e conservação do patrimônio arquitetônico em concreto armado. De acordo com ele, trata-se do momento no qual autoridades governamentais e a indústria se unem a pesquisadores de duas renomadas instituições, para, a muitas mãos, buscar meios de preservar verdadeiras esculturas em concreto deixadas por nomes como, por exemplo, Oscar Niemeyer. “Fazê-lo aqui no Campus traz um significado ainda maior por estarmos, literalmente, ao lado de duas icônicas amostras de suas obras: o edifício Niemeyer e a Biblioteca Pública Estadual. Portanto, sintamo-nos todos imersos no universo daquele que, para além de arquiteto, tornou-se o principal artista a desenhar esta capital”, pontuou.
A valorização do nosso acervo como patrimônio cultural
Arquitetura contemporânea e o patrimônio da humanidade