Leyla Selman é reconhecida na trigésima edição do Prêmio José Nuez Martín 2024

A dramaturga foi premiada pela sua obra ‘Os Olhos de Lena’, tornando-se a sétima mulher a recebê-lo. O prémio literário, que distingue o melhor romance ou obra dramática chilena, é atribuído pela Faculdade de Letras da UC em conjunto com a Fundação José Nuez Martín.

“Quando escrevo sinto uma breve calma que só encontro no diálogo muito estranho que estabeleço com uma e outra e mais uma página em branco. “Sou Deus quando escrevo, mato, ressuscito, me apaixono”, disse Leyla Selman na cerimónia onde foi reconhecida com o Prémio José Nuez Martín 2024, pela sua obra ‘Os Olhos de Lena’.

A atriz e dramaturga tornou-se a sétima mulher a receber este prémio, que celebra a sua 30ª versão, que é atribuído pela Faculdade de Letras da UC em conjunto com a Fundação José Nuez Martín. Isto distingue alternadamente o melhor drama ou romance chileno publicado ou interpretado nos últimos dois anos.

“É uma grande honra receber este prémio, que com o nome de um grande dramaturgo e da mão da Universidade Católica, tem premiado escritores tão maravilhosos como Diamela Eltit, Nona Fernández e Egon Wolff, entre muitos outros e outros. extraordinários contadores de histórias ou fragmentos delas” – Leyla Selman, ganhadora do Prêmio Nuez Martín 2024. 

“É uma grande honra receber este prémio, que com o nome de um grande dramaturgo e da mão da Universidade Católica, tem premiado escritores tão maravilhosos como Diamela Eltit, Nona Fernández e Egon Wolff, entre muitos outros e outros. contadores extraordinários de histórias ou fragmentos delas. É também uma espécie de apelo para continuar no que resta da minha vida, cruzando palavras angustiantes e felizes, para continuar com a obsessão de revelar algum mistério, para continuar a dar sentido ao absurdo”, comentou Leyla Selman.

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Na cerimónia, realizada no dia 22 de janeiro, esteve presente o júri, constituído por Patricio Lizama, reitor da Faculdade de Letras da UC; Cristián Opazo e Pía Gutiérrez, acadêmicos da mesma faculdade; Erik Dreyer, representante da Fundação José Nuez Martín; e Macarena Areco, vice-reitor da Faculdade de Letras, que atuou como ministro da fé. Também participaram Miguel Bravo Ferrer, assessor cultural da Embaixada de Espanha; parte do elenco da peça, como Catalina Saavedra; e o diretor Rodrigo Pérez. O reconhecimento foi entregue por Ramón Carbó Nuez, presidente da Fundação José Nuez Martín.

O júri escolheu por unanimidade “Os Olhos de Lena” e indicou na sua ata que a obra “levanta o que pode ser a questão dos nossos tempos: que utilidade pode ter o teatro num mundo que parece estar a desmoronar-se e acrescentou que: “Selman lembra ?” mostra-nos que a riqueza do teatro reside, precisamente, na sua capacidade de se tornar um espaço de escuta humana recíproca e respeitosa. Revela-nos uma pequena verdade: o teatro não mudará o mundo, mas pelo menos criará um espaço onde a nossa humanidade possa ser reconhecida na sua fragilidade”.

Teatro não faz milagres

Na peça, dirigida por Rodrigo Pérez , o elenco tenta interpretar ‘As Troianas’ de Eurípides por quase cinco minutos, mas logo decide usar o palco para entrar em contato com a vida após a morte e solucionar o crime de Lena Socolov, uma das vítimas do crime. o serial killer russo Andréi Chikatilo na década de 1980, que possui uma atriz no palco.

“’Os olhos de Lena’ é uma obra que, com uma linguagem que mistura ironia e poesia, consegue instalar uma questão íntima, honesta e muito sincera: a questão sobre o significado do teatro no palco” – Cristián Opazo, Acadêmico da Faculdade de Letras. 

O académico e membro do júri, Cristián Opazo, destacou que, num contexto onde as histórias políticas parecem fragmentar-se e as utopias desmoronar-se, “’Os Olhos de Lena’ é uma obra que, com uma linguagem que mistura a ironia com a poesia, consegue instalar uma questão íntima, honesta e muito sincera: a questão sobre o significado do teatro no palco.”

Relativamente à encenação, a académica e júri da UC, Pía Gutiérrez, destacou como a obra nos convida à reflexão sobre a arte, o seu impacto e as relações entre a palavra, o corpo e a experiência. “É uma proposta lenta, com espaços que permitem reflexão. Num mundo onde todos correm, isto é verdadeiramente uma conquista”, afirmou.

A obra faz parte da ‘Trilogia Final’, que comemora os 30 anos do Teatro La Provincia, premiada pelo Círculo Chileno de Críticos de Arte. Este conjunto de obras, que inclui ‘Édipo em pé, tragédia’ e ‘Hablan’, explora temas como a memória, a dor, as histórias de uma nação fraturada e liga-os a partir de diferentes perspectivas.

Sobre o autor 

A dramaturga Leyla Selman, junto com a atriz Catalina Saavedra e o diretor Rodrigo Pérez. Foto: César Dellepiane. 

Leyla Selman é formada pela Escuela de Arte Dramático del Sur de Concepción, recebeu o Prêmio Nacional de Dramaturgia (2003) e o Prêmio Municipal de Literatura de Santiago (2014) e também é autora de obras reconhecidas como ‘Amador Ausente’, ‘Animais Selvagens Soltos em Minha Mente’ e ‘A Origem do Medo’.

Fonte: PUC Chile

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