Na manhã desta quarta-feira, 2 de abril, aconteceu o ato simbólico de colocação do crucifixo, que posteriormente estará nas salas de aula da Universidade, seguido pela bênção do Reitor da PUC Minas, Prof. Dr. Pe. Luís Henrique Eloy e Silva. A peça foi afixada na sala 203 do prédio 4, no Instituto de Filosofia e Teologia Dom João Resende Costa.
Na cerimônia, o Reitor recordou a centralidade histórica e conceitual do Instituto, que, seguindo o propósito de Dom Cabral, marcou a origem da construção dos prédios que hoje formam o Campus-sede da PUC Minas, no Coração Eucarístico. Além disso, segundo Pe. Luís Henrique, também é importante relembrar que o Instituto de Filosofia e Teologia colabora expressivamente para a compreensão da identidade e missão da Universidade. Nele se encontra historicamente a gestão das matérias institucionais de filosofia e cultura religiosa, às quais foi posteriormente acrescentada a unidade curricular de sociologia. A Filosofia está vinculada à compreensão e à autocompreensão do ser humano, às suas demandas e questões; a Cultura Religiosa, à possibilidade de reflexão da relação do ser humano com o Transcendente; e a Sociologia, à compreensão do ser humano que vive com seu semelhante em um ambiente social com seus desafios políticos, socioeconômicos e ambientais. Esses cursos institucionais, portanto, são portadores dos valores que delineiam a Identidade e a Missão da PUC Minas.
O Reitor aludiu, ainda, ao novo vitral que foi colocado na janela central do acesso ao Prédio 4, onde se aloca o Instituto Dom João Resende Costa, e explicou que ele retrata a cena do diálogo entre Jesus e Pedro no capítulo 21 do Evangelho segundo São João. Nesse diálogo, são utilizados dois verbos que representam o sentido mais profundo do que significa a ação pastoral da Igreja e da Universidade: cuidar e nutrir. Pe. Luís Henrique recordou que quando um cristão, em nome do mandato recebido de Jesus e por causa de seu Evangelho, pela força do Sacramento do Batismo, realiza a tarefa de cuidar e nutrir, cumpre uma ação pastoral. Por isso mesmo, também o ato de ensinar, em uma sala da Universidade, à luz desses conceitos, pode e deve se tornar uma autêntica ação pastoral.
Pe. Luís Henrique continuou explicando que, por mais que a Universidade tenha diversos crucifixos, a nova peça, exclusivamente desenhada para uso nos espaços da PUC Minas, está revestida não somente de um conceito artístico, mas também teológico. Ele recordou que foram necessários séculos para que os cristãos começassem a representar o Cristo crucificado e, quando o fizeram, não o representaram com sinais de sofrimentos, mas de cabeça erguida e com olhos abertos, destacando não o caráter de suplício e de pena capital, mas o horizonte redentor do Mistério Pascal de Cristo.
A nova peça foi concebida pelo artista Romolo Picoli Ronchetti, o mesmo responsável pelo desenho do vitral, e foi feito em chapa de aço vazado, com 70 centímetros de comprimento e 62 centímetros de largura. Durante o ato, o Reitor ressaltou a escolha do aço como material, para recordar o papel de Minas Gerais como o maior produtor mundial de aço bruto.
Além disso, antes da bênção, Pe. Luís Henrique explicou que a sala 203 foi escolhida para receber o primeiro crucifixo por ter sido a sala em que ele ministrou sua primeira aula no Prédio 4, quando o Instituto passou a localizar-se aí, em 2010. Recordou que escolheu essa sala para indicar que a compreensão dos espaços, baseada em conceito e sentido, é também pedagógica e produz conhecimento de si, dos outros e da ciência e, por isso, produz conhecimento que transforma.
Guilherme Simões
