Universidade e poder público municipal se unem para o futuro de área histórica de Campinas
Nesta segunda-feira (24), em um evento que reuniu autoridades acadêmicas, políticas, gestores públicos e membros da comunidade universitária, a PUC-Campinas apresentou à Prefeitura de Campinas o projeto para transformar o Complexo Ferroviário do município em um Hub de Inovação. A entrega oficial, realizada no Auditório do Campus I da Universidade, concretizou a parceria e marcou o início de uma nova fase para a região central da cidade, com o objetivo de fomentar o desenvolvimento econômico e social.
Representando a PUC-Campinas, estiveram presentes o Reitor da Insituição, Prof. Dr. Germano Rigacci Júnior; o Vice-Presidente da Sociedade Campineira de Educação e Instrução (SCEI), Monsenhor Doutor José Eduardo Meschiatti; o Vice-Reitor, Prof. Dr. Pe. José Benedito de Almeida David; o Decano da Escola de Arquitetura, Artes e Design, Prof. Dr. Jonathas Magalhães Pereira da Silva e os professores responsáveis pelo projeto, Prof. Me. Fábio de Almeida Muzetti e Prof. Me. Leandro Rodolfo Schenk. Os estudantes Gustavo Lindner e Marcus Vinicius Freitas, que participaram ativamente dos projetos, também prestigiaram o evento.
A Prefeitura Municipal de Campinas foi representada pelo Prefeito Dário Saadi e pelos secretários Adriana Flosi, de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Inovação; Marcelo Coluccini, de Planejamento e Desenvolvimento Urbano; Carolina Baracat, de Urbanismo; Aurílio Caiado, de Finanças; Peter Panutto, de Justiça; e Alexandra Caprioli, de Cultura e Turismo. Também compareceram Nick Schneider, coordenador da Frente Parlamentar de Acompanhamento e Implantação do Trem Intercidades representando o Presidente da Câmara Municipal de Campinas; o Superintendente do Patrimônio da União em São Paulo, Celso Santos Carvalho e o Diretor Médico do Hospital Santa Tereza, Dr. Ubertinele Fraga. O evento contou ainda com a presença de Pró-Reitores, gestores, colaboradores e estudantes da PUC-Campinas.
Antigos galpões ferroviários transformados em espaços de inovação
O projeto, resultado de um acordo de cooperação técnica entre a PUC-Campinas e a Prefeitura, propôs a transformação dos antigos galpões ferroviários em um moderno Hub de Inovação. Os edifícios históricos foram projetados para serem restaurados e adaptados para abrigar escritórios de alta tecnologia, startups e empresas de inovação, além de espaços com finalidades culturais e sociais. A área total de intervenção apresentada foi de quase 42.000m², sendo 23.151m² destinados à inovação, 11.000m² para empresas e 8.000m² para startups. A iniciativa visa atender à necessidade de desenvolvimento do centro de Campinas, valorizando e investindo no local.
O Reitor da PUC-Campinas, Prof. Dr. Germano Rigacci Júnior, enfatizou os impactos do projeto. “Apresentamos uma concepção arquitetônica inovadora, que engloba elementos cruciais: a preservação do patrimônio público e cultural; a integração entre regiões da cidade, como a Vila Industrial e a área Central; a conexão harmoniosa entre as vias ferroviária, rodoviária e de pedestres; e a criação de um espaço de convivência que estimula a circulação de pessoas. Além disso, o projeto oferece um ambiente propício para o desenvolvimento de projetos e ideias inovadoras, bem como para a fruição de atividades culturais, com shows e atrações, que ajudarão a desvendar o rico universo da cultura. Este espaço também marcará a identidade de Campinas, resgatando a memória do Pátio Ferroviário, um marco importante da história do município desde meados do século XIX e ao longo de todo o século XX. Estamos oferecendo à cidade de Campinas um projeto com uma concepção que contempla todos esses aspectos”.
O Monsenhor Dr. José Eduardo Meschiatti, Vice-Presidente da Sociedade Campineira de Educação e Instrução (SCEI), representando também o Grão-Chanceler e Arcebispo de Campinas, Dom João Inácio Müller, celebrou o lançamento do projeto e disse que “Universidade, poder público e Igreja estavam reunidos no mesmo sentido, de fazer a civilização florescer”.
O projeto foi desenvolvido pelos docentes Prof. Me. Fábio Muzetti e Prof. Me. Rodolfo Schenk, da Escola de Arquitetura e Design da PUC-Campinas. Diversos estudos sobre a região já vinham sendo desenvolvidos ao longo do tempo na Universidade, o que forneceu um rico material para o desenvolvimento do projeto. O Prof. Me. Fábio Muzetti explicou a origem da iniciativa: “O convênio partiu de uma necessidade de pensar nesta área. O centro da cidade tem muita capacidade de reconstrução, e desenvolver o local é estratégico para esse avanço. Com o projeto, foi possível fazer a transposição da Vila Industrial para a área central, restaurando o patrimônio e abrindo para a cidade uma nova identidade cultural. O que antes era fechado entre muros, os galpões de manutenção de ferrovias abandonados há décadas, seriam transformados em espaços de trabalho, de cultura, de gastronomia, criando uma conexão com as pessoas que andam pelo local, promovendo uma convivência entre as áreas livres”.
O projeto não se limitou à revitalização dos edifícios históricos, propondo uma nova dinâmica para a região, integrando-a ao tecido urbano de Campinas. Para o Prefeito da cidade, Dário Saadi, o projeto requalifica o Pátio Ferroviário de Campinas. “Trata-se de uma área extensa, e esta proposta visa a ocupação de uma parcela significativa, possibilitando que a Prefeitura, em conjunto com a Superintendência do Patrimônio da União (SPU) – órgão do Governo Federal que detém a propriedade da área –, realize um chamamento público e licitação. Assim, parceiros privados poderão investir na revitalização, seguindo o projeto apresentado pela PUC-Campinas, que será submetido à análise do Condepacc”.
A Secretária de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Inovação, Adriana Flosi, destacou que o projeto que está alinhado ao programa “Nosso Centro”, que visa a recuperação do quadrilátero central. “O espaço do Pátio Ferroviário, contíguo a essa área, ganha agora essa proposta incrível, entregue pela PUC-Campinas à Prefeitura. A oportunidade de apresentar este projeto e buscar investidores para revitalizar a área, com foco em tecnologia e inovação, é crucial para atrair mais pessoas. Trata-se de uma área democrática, que engloba a rodoviária, o terminal metropolitano e, futuramente, o Trem Intercidades. Teremos uma nova dinâmica para o centro”, declarou.
O Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Urbano, Marcelo Coluccini, reforçou os efeitos positivos da iniciativa. “Este projeto possui um triplo potencial: social, ao revitalizar a área, gerar empregos e oferecer oportunidades à população local; econômico, ao atrair novos investimentos para a região; e urbanístico, ao dar um novo uso a uma área que se encontrava degradada”.
Para a Secretária de Urbanismo, Carolina Baracat, “A iniciativa concilia a recuperação do nosso patrimônio histórico com a implantação de um Hub de Inovação e Tecnologia, coroando os esforços do Plano de Recuperação de Áreas Centrais, que é parte integrante do Plano Diretor. Acreditamos que este projeto será um catalisador de investimentos para toda a região”.
“Este projeto é disruptivo porque ressignifica uma vasta área que, até então, representava uma cicatriz em nossa cidade. Trata-se de um local importante, mas que se encontrava desocupado. Nossa expectativa é que, em breve, este projeto permita aos campineiros desfrutarem plenamente da região, que reunirá tecnologia, inovação e preservação do patrimônio”, afirmou a Secretária de Cultura e Turismo, Alexandra Caprioli.
Nick Schneider, coordenador da Frente Parlamentar de Acompanhamento do Trem Intercidades, representando o Presidente da Câmara Municipal de Campinas, falou sobre otimizar etapas. “Criamos a Frente Parlamentar de Acompanhamento do Trem Intercidades para atuar como um canal de comunicação dentro da Câmara Municipal. É evidente que um projeto dessa magnitude transformará a vocação da Vila Industrial e do Centro. A Frente Parlamentar traz para o Legislativo a realidade dos projetos executados pelo Executivo, seja em âmbito municipal, estadual ou federal, com o objetivo de agilizar os processos”.
O Superintendente do Patrimônio da União em São Paulo, Celso Santos Cardoso, explicou que a União, enquanto proprietária de todas as áreas não operacionais oriundas da extinta Rede Ferroviária Federal, que inclui o Pátio Ferroviário de Campinas, está engajada no programa “Imóvel da Gente”, do Governo Federal, que destina o patrimônio imobiliário ocioso da União para fins de desenvolvimento social e econômico. “Nossa decisão é que este terreno sirva ao progresso de Campinas e ao combate à desigualdade no município. A Prefeitura de Campinas, juntamente com a Câmara Municipal e os órgãos competentes em desenvolvimento urbano, definem a melhor utilização para a área, e o Governo Federal oferece seu apoio. A PUC-Campinas, com sua expertise técnica e artística, é responsável por concretizar essas decisões políticas, por meio do desenho arquitetônico e urbanístico apresentado, que demonstra um enorme potencial de melhoria para esta área central de Campinas. É com satisfação que participamos deste esforço em prol da cidade e de sua população”.
Fonte: PUC-CAMPINAS
